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Dúvida do leitor: Como ei descubro as habilidades que eu devo desenvolver para dar um próximo passo na carreira?
Por Rebeca Toyama*:
“Gestão de competências
Entre 1910 e 1920 começamos a perceber a importância das competências nos resultados das empresas. Naquela época a ênfase era na organização do trabalho, no controle e na produtividade.
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A essa fase, demos o nome de ‘Taylorismo-fordismo’. Vale lembrar que era o começo da necessidade de normatização das relações entre organizações e indivíduos. Por isso, o foco era no controle.
Um segundo momento que foi chamado de ‘corrente americana’ surgiu com o desenvolvimento de mecanismos previsíveis de desempenho, como forma de promover maior eficiência nos processos de trabalho, e começou entre 1970 e 1980. O foco, então, passou a ser no ‘desempenho’.
Em 1990, um período chamado ‘corrente francesa’, cruzou a formação pessoal, educacional e da experiência profissional e o foco da gestão de competências passou a ser o ‘desenvolvimento’.
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De 2000 para cá observamos o chamado ‘modelo integrado’, que parte de uma perspectiva estratégica: as competências individuais são mobilizadas para formar capital humano organizacional, utilizando as práticas de gestão de pessoas como instrumentos direcionadores para produção dos resultados definidos pela organização. Portanto, o foco passou a ser ‘capital humano’.
Mas esse tema apresenta inúmeras divergências e uma complexidade ímpar. Já que nem todas as empresas contemplam o último modelo – considerado o mais atual e coerente com o mundo em que vivemos hoje.
Sabemos que ainda existem empresas que focam no controle, outras já passaram seu foco para o desempenho ou desenvolvimento, mas são poucas as que conseguem fazer uma boa gestão do capital humano.
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Como encontrar o déficit das habilidades
1. Saiba seu objetivo de carreira
Muitas vezes percebo que nem as empresas têm conseguido mapear quais habilidades realmente precisam para seus negócios crescerem e prosperarem.
Alguns profissionais já perceberam isso, e se tornaram responsáveis pela gestão de sua carreira, outros nem tanto e continuam terceirizando esse tema a uma empresa ou gestor.
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Para saber quais habilidades desenvolver, ter clareza de onde se quer chegar é fundamental.
Cada estratégia de carreira vai demandar que o profissional identifique quais são as habilidades importantes para um bom desempenho em suas funções.
Em seguida o profissional deve reconhecer seu grau de domínio em cada uma dessas habilidades, desse contraste entre “importância” e “domínio” que começamos a mapear nossas “lacunas ou gaps” de competências.
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2. Equação para executar o PDI
Como nosso tempo é escasso, é preciso ter maturidade para direcionar energia ao que realmente é essencial e não entrar no jogo de quem coleciona mais habilidades. O desafio aqui é focar no desenvolvimento das habilidades certas.
E para isso vou deixar aqui uma Autoavaliação que já apliquei inúmeras vezes para elaborar (PDI) “Planos de Desenvolvimento Individual” ou (PDE) “Planos de Desenvolvimento de Equipe”.
A fórmula é a seguinte: N= I (4-D), onde:
N = lacuna de competências, ou seja, as necessidades de aprendizagem da pessoa;
I = grau de importância de determinada competência, sendo estes dois últimos avaliados pelas seguintes escalas:
- Grau de importância (I): 0 = nada importante; 1 = pouco importante; 2 = medianamente importante; 3 = muito importante; 4 = extremamente importante;
D = grau de domínio que um profissional possui em determinada competência, ou seja, o quanto gera de resultado essa competência:
- Grau de domínio (D): 0 = não domina a competência; 1 = domina pouco a competência; 2 = domina medianamente a competência; 3 = domina muito a competência; 4 = domina plenamente a competência;
Para exemplificar, vamos analisar o seguinte cenário:
- Você define que “pensamento crítico” é uma habilidade com importância 5 para sua estratégia de carreira e avalia seu grau de domínio em 3, portanto sua lacuna é: 5. => N= 5 (4-3) = 5
- Você define que “inteligência emocional” é uma habilidade com importância 4 para sua estratégia de carreira e avalia seu grau de domínio em 3, sua lacuna é: 4 => N= 4 (4-3) = 4
Sendo assim, sua lacuna na habilidade de pensamento crítico (5) é maior que a lacuna em inteligência emocional (4), mesmo você tendo o mesmo domínio em ambas.
Nesse cenário, é necessário direcionar seu desenvolvimento na habilidade com maior lacuna, que no exemplo acima é pensamento crítico.
Aqui tivemos um breve exemplo, mas o ideal é mapearmos pelo menos 5 habilidades, contar com a opinião de colegas, gestores atuais e antigos e profissionais da área para ajudar na análise e como melhorar cada habilidade.
Ter uma estratégia de carreira clara e ficar atento aos riscos e oportunidades do mercado são ações fundamentais para identificar quais as habilidades desenvolver para dar um próximo passo na carreira.
Conhecer riscos e oportunidades
Uma parte da complexidade desse processo de entender quais as habilidades necessárias foi agravada pela pandemia.
O último “Relatório de Riscos Globais” emitido pelo Fórum Econômico Mundial apontou os 5 principais riscos:
Doenças contagiosas: A pandemia de Covid-19 trouxe uma nova realidade, acelerou a transformação digital e nossa rotina de trabalho com o home office.
Crises de imigração: Lidar com o outro, estar aberto à integração entre as equipes de trabalho lidando com as diferenças de crença e de cultura devem ser a realidade e preocupação dos profissionais.
Eventos causados pelas mudanças climáticas: Além de novos modos de vida dentro de um dia a dia cada vez mais impactado pela tecnologia, as mudanças climáticas também farão parte dessa realidade.
Falhas em cyber segurança: Ataques de hackers, roubo e segurança de dados, chaves e senhas e compartilhamento de informações, entre outros temas, serão a realidade no mundo profissional.
Desigualdade digital: Este é um risco que afeta toda a economia, pois à medida em que nossa vida fica mais tecnológica com soluções de aplicativos, delivery, organização do trabalho doméstico e profissional no dia a dia, a desigualdade digital fica ainda mais evidente, e é um dos principais riscos do Global Risk Report.
É importante discutir esse tipo de tema, não apenas para entender os riscos, mas principalmente, para encontrar oportunidades.
E por meio dessa reflexão, ter mais clareza sobre quais são as habilidades para se ter destaque no mercado de trabalho, seja como profissional ou empresário.
Atrás de todo risco tem uma oportunidade e para aproveitá-la o profissional precisa ter as habilidades necessárias para resolver problemas de empresas e colaborar com pessoas”.
Quer tirar alguma dúvida sobre carreira? Envie sua pergunta para o e-mail carreira@infomoney.com.br. A próxima resposta dos nossos especialistas pode ser a sua!
*Rebeca Toyama é especialista em estratégia de carreira e educação corporativa. Mentora e palestrante formada em administração, psicologia, marketing e tecnologia.
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