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Não é novidade que a pandemia teve efeitos significativos no mercado de trabalho. Em março deste ano, a taxa de desemprego chegou a 14,7% – maior da série desde 2012. E, segundo a última divulgação em novembro, a taxa teve uma redução para 12,6%, mas 13,5 milhões de pessoas seguem sem emprego.
Neste período, a percepção dos trabalhadores sobre suas respectivas carreiras mudou: 73% confirmam que a pandemia prejudicou seus planos de carreira, segundo um estudo da Mindsight, uma consultoria de carreira e de gestão de pessoas.
A pesquisa contou com 701 participantes e revelou que 73% dos entrevistados acreditam que a Covid-19 prejudicou seus planos de desenvolvimento profissional.
Ainda, no terceiro trimestre, quase 30% dos desempregados estavam em busca de uma vaga havia mais de dois anos, maior porcentual de pessoas nessa situação em toda a série histórica iniciada em 2012, segundo levantamento do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea).
“O mercado de trabalho sofreu bastante desde o início da pandemia, deixando diversas pessoas desempregadas em busca de uma recolocação, assim como frustradas com o ritmo no qual suas carreiras estão avançando”, conta Thaylan Toth, CEO da Mindsight.
Dos entrevistados pela pesquisa, 51,2% estão desempregados e buscando uma recolocação no mercado, enquanto 44% dos brasileiros afirmam estar com suas carreiras estagnadas.
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Ainda, 43,7% dos entrevistados confirmam que foram demitidos durante a pandemia.
Apesar dos desafios, a expectativa para 2022 é mais positiva: especialistas acreditam que as empresas estão se adaptando e vão voltar a contratar com mais força nos próximos meses, o que pode movimentar mais o mercado.
Mas para o profissional a lição que fica é procurar se requalificar e buscar melhorar as habilidades técnicas e, especialmente, interpessoais para conseguir se recolocar ou trocar de trabalho. O InfoMoney publicou um artigo que explica os conceitos de reskilling e upskilling que podem ajudar os profissionais a pensarem nos próximos passos.
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Recorte racial e de sexo
O estudo também trouxe um recorte racial, que mostra que os pretos e pardos foram ainda mais impactados diante do contexto da pandemia. Do total de pessoas, 49% das pessoas pretas e pardas foram demitidas, ante 40% entre brancos.
Além disso, 67,6% das pessoas pretas e pardas dizem que alteraram os planos de carreira pensando no momento atual da pandemia, entre os brancos o índice é de 64%.
Considerando os números por sexo, 58,2% das mulheres entrevistadas estão desempregadas, ante 44,9% dos homens. Outro dado mostra que 60% das mulheres afirmam que a pandemia tem afetado a sua autoestima no âmbito profissional, enquanto 50% dos homens afirmaram o mesmo.
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A percepção sobre o mercado de trabalho também muda conforme o sexo: 61% do público feminino diz não sentir o mercado aquecido e que não há vagas disponíveis, enquanto entre os homens o índice é de 52%.
Somado a isso, mais mulheres foram demitidas (45%) do que homens (42%) e 58% do total de participantes estão atualmente demitidas, enquanto para os homens o índice cai para 45%.