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SÃO PAULO – Nesta terça-feira, 8 de março, é comemorado o Dia Internacional da Mulher.
A data, que muitas vezes vê seu significado distorcido por discursos e marcas, nasceu de movimentos operários famininos que protestavam contra jornadas abusivas e desigualdades políticas e econômicas. O primeiro grande protesto, com 1500 mulheres, ocorreu em 1908, em maio – foi somente em 1911, depois da morte de 130 operárias em uma fábrica de Nova York, que a celebração passou para o dia 8 de março.
Profissões de prestígio, à época, eram muito menos associadas a nomes femininos do que são hoje. Com acesso negado aos estudos e círculos intelectuais durante séculos, a primeira mulher a conseguir um diploma de ensino superior o fez estudando sozinha, e não em salas de aula: foi a filósofa italiana Elena Lucrezia Piscopia Cornaro, que reclamou este direito apenas em 1678.
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A partir de então, aos poucos, as mulheres buscam inserir-se plenamente em uma sociedade que ainda não chegou na paridade entre gêneros: os salários ainda são 20% menores; as posições de destaque ainda são negadas, com apenas 5% das posições de CEO sendo ocupadas por elas, segundo a OIT; e o machismo no ambiente de trabalho não é exceção.
Apesar da dificuldade em obter total precisão histórica, o InfoMoney separou uma lista com algumas das mulheres consideradas pioneiras em profissões e posições que um dia foram 100% “masculinas”. Conheça nomes que desafiaram as normas e abriram caminhos:
1. Primeira médica: Elizabeth Blackwell
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Nascida em 1821, Blackwell é considerada a primeira mulher a receber um diploma de medicina nos Estados Unidos e a constar nos registros de médicos do Reino Unido. Nascida na Inglaterra e mudando-se ainda criança para os EUA, Elizabeth passou por dificuldades financeiras na família antes de conseguir completar os estudos.
No Brasil, o número de mulheres ingressantes nas faculdades de medicina é maior que o de homens desde 2009, de acordo com um estudo da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo. Entretanto, conforme os registros dos Conselhos Regionais de Medicina, as mulheres médicas ainda representam 39,9% do total de profissionais da área no país – tendência que pode mudar em breve, considerando que em 2012, entre os médicos com menos de 29 anos, 53,31% eram mulheres.
2. Primeira advogada: Arabella Mansfield
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Apesar de não ter estudado Direito na Universidade – apenas no escritório de seu irmão – Arabella Mansfield foi a primeira mulher a passar na prova e entrar na Ordem dos Advogados em Iowa, em 1869. No mesmo ano, entretanto, Ada H. Kepley foi a primeira mulher no país a receber um diploma da área. Em janeiro, a Ordem dos Advogados do Brasil proclamou 2016 como o Ano da Mulher Advogada.
3. Primeira engenheira: Alice Perry
Até a década de 1880, a maior parte dos profissionais de engenharia estudava em cursos como matemática ou ciências. A primeira universidade a ensinar a engenharia nos moldes atuais teria sido a École Royale des Ponts et Chaussées, fundada em 1747 na França. Entretanto, a primeira mulher a receber um diploma na área só chegaria em 1908: Alice Perry, na Queen’s College. Em 2011, o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (INEP) mostrou que as mulheres representavam 30% das matrículas em engenharia no Brasil – em 2000, o número era apenas de 19%.
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4. Primeira chefe de estado: Khertek Anchimaa-Toka
Foi na República de Tuva, uma divisão federal da Rússia, que a primeira mulher foi presidente da república na época moderna. Seu mandato começou em 1940 – a primeira república francesa, que desencadeou o fim da monarquia em diversos países europeus, começou quase 200 anos antes, em 1789.
5. Primeira astronauta: Valentina Tereshkova
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Junho de 1963 é um dia que ficou marcado na história: a russa oriunda de família operária Valentina Tereshkova foi a primeira mulher a ir ao espaço – e até hoje é a única a ter feito um voo solo para fora da Terra, entre as 59 que saíram do planeta. Desde então, tornou-se figura política, primeiro na União Soviética e atualmente na Rússia. Hoje, ela é deputada. Ela foi admitida como astronauta no ano de 1962, com mais quatro mulheres.
6. Primeira CEO de uma companhia listada na Forbes: Katharine Graham
Ao posicionar-se oficialmente à frente do Washington Post, em 1972, Katharine Graham tornou-se a primeira CEO mulher de uma companhia constando na lista das 500 maiores da Forbes. Entretanto, é difundido que desde 1963 era ela quem comandava as operações do jornal por trás do nome de seu marido, Philip.
Responsável pela direção do jornal durante o escândalo de Watergate, quando o presidente Richard Nixon renunciou, ela também venceu um Pulitzer por sua autobiografia. Hoje, apenas 23 das 500 empresas da Fortune possuem CEOs mulheres.
7. Primeira (e única) vencedora de um Nobel de Economia: Elinor Ostrom
Este artigo de 2013 diz que a Economia é ensinada da mesma forma que era quando as mulheres “não importavam”, o que pode ser a principal razão para o número reduzido de pessoas do gênero feminino seguindo carreira na área.
Não à toa, apesar de a premiação existir desde 1968, não foi até 2009 que uma mulher recebeu um prêmio Nobel na área. Ela foi premiada por mostrar como propriedades em comum podem ser utilizadas por associações de usuários. Até hoje, nenhuma outra mulher foi reconhecida com um Nobel na área – em todas as outras, há pelo menos dois nomes.