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SÃO PAULO – Seis brasileiros concentram a mesma riqueza que os 100 milhões mais pobres do país, cerca de metade da população brasileira, segundo o estudo de desigualdade “A distância que nos une”, realizado pela Oxfam Brasil e divulgado nesta segunda-feira (25). São eles Jorge Paulo Lemman (AB Inbev), Joseph Safra (Banco Safra), Marcel Herrmann Telles (AB Inbev), Carlos Alberto Sicupira (AB Inbev), Eduardo Saverin (Facebook) e Ermirio Pereira de Moraes (Grupo Votorantim), os mais ricos do Brasil.
O estudo mostra que os 5% mais ricos detêm a mesma fatia de renda que os demais 95% da população, e que uma pessoa que recebe salário mínimo mensal (R$ 937), levaria quatro anos trabalhando para ganhar o mesmo que o 1% mais rico ganha em média, em um mês, e 19 anos para equiparar um mês de renda média do 0,1% mais rico. Além disso, se mantida a tendência dos últimos 20 anos, mulheres terão equiparação de renda com homens somente em 2047 e negros ganharão o mesmo que brancos apenas em 2089.
Segundo Katia Maia, diretora da Oxfam Brasil, apesar dos avanços, o Brasil não conseguiu sair da lista dos países mais desiguais do mundo, e mais de 16 milhões de brasileiros ainda vivem abaixo da linha da pobreza. “Precisamos falar sobre nossas desigualdades e os caminhos existentes para reduzi-las. Se no mundo a desigualdade já nos causa espanto, no Brasil essa situação é ainda mais dramática. Esse relatório é a nossa contribuição para o importante debate sobre a redução das distâncias em nossa sociedade”, diz.
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De acordo com a instituição, há vários fatores que explicam as desigualdades no Brasil, dentre eles o sistema tributário regressivo, “que pesa muito sobre os mais pobres e a classe média”; as discriminações de raça e gênero, “que promovem violência cotidiana aos direitos básicos de mulheres e negros”; e a falta de espírito democrático e republicano do país, “que concentra poder e é altamente propenso à corrupção”.
O que pode melhorar esse cenário, segundo a Oxfam, é a expansão de políticas públicas, em especial as sociais, para reduzir a pobreza e aumentar a renda familiar; investimento em educação para reduzir diferenças salariais; ampliação da cobertura de serviços para os mais pobres; política de valorização do salário mínimo; formalização do mercado de trabalho e queda do desemprego.
“Existe uma distância absurda entre a maior parte da população brasileira e o 1% mais rico, não apenas em relação à renda e riqueza, mas também em relação ao acesso a serviços básicos como saúde e educação. Atacar essa questão é responsabilidade de todos. Há inúmeras ideias e propostas circulando, algumas até formam consenso na sociedade. A única coisa que não se pode fazer é ignorar o problema e não fazer nada. Estamos juntos no mesmo barco”, conclui Maia.
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