34% dos brasileiros querem empreender para ganhar mais de R$ 10 mil mensais até 2030

Para alcançar essa meta em 5 anos, profissionais apostam em empreender, conquistar cargos de liderança ou mudar de profissão

Janize Colaço

Trabalho e empreendedorismo (Foto: Ono Kosuki /Pexels)
Trabalho e empreendedorismo (Foto: Ono Kosuki /Pexels)

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Traçar planos é essencial para poder chegar onde se deseja, sobretudo profissionalmente. Para 2030, uma parcela dos brasileiros têm por objetivo alcançar uma renda mensal superior a R$ 10 mil até 2030, aponta uma pesquisa da Onlinecurriculo. Essa faixa de renda parte da realidade de poucos, já que cerca de 90% da população recebe menos de R$ 3 mil por mês, de acordo com a última Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua). 

O estudo, realizado com 500 brasileiros de todas as regiões e classes sociais do país, mostra que, quando se trata de dinheiro, para 63% dos entrevistados, ganhar mais de seis salários mínimos (R$ 9.108) é uma das prioridades para os próximos cinco anos. Para outros 34%, a meta é ter uma renda mensal superior a R$ 10 mil.

Para alcançar a tão almejada remuneração, a resposta de 33% dos ouvidos foi investir em seu próprio negócio. Essa foi a resposta mais comum tanto entre os representantes da geração Z (1997/2007) quanto os millennials (1981/1996). 

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Esse dado, inclusive, parece refletir o crescimento do empreendedorismo no Brasil nos últimos anos: apenas em 2024, mais de 4 milhões de novas empresas foram abertas, superando os 3,93 milhões de 2023, segundo o Sebrae. 

Há, ainda, quem queira traçar outro caminho específico. Para 25% dos participantes, o plano é ocupar cargos de liderança até 2030. A ambição de chefiar não se restringe somente aos empreendedores, mas também a quem quer evoluir dentro dos ambientes de trabalho tidos como “tradicionais”. Dentro desse recorte, a taxa entre as gerações Z e Y também é uma unanimidade, representando 37% cada grupo geracional.

Outro objetivo é, até 2030, conseguir mudar de profissão. Essa é uma tendência observada entre diferentes gerações, mas com variações dependendo da faixa etária. 

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De acordo com os dados analisados, 22,2% dos entrevistados afirmam que pretendem mudar de área nos próximos cinco anos. O percentual é ainda maior entre os nascidos entre 1997 e 2007 (40%), sendo 15% superior em comparação com aqueles nascidos na década de 1980 (35%).

Carreira internacional e qualificação tecnológica

Além da transição de carreira, outro movimento é o interesse por oportunidades profissionais fora do país. Isso porque cerca de 15,6% dos entrevistados desejam trabalhar para o exterior de forma remota, recebendo em moeda estrangeira.

Trata-se de um fator que pode estar associado ao aumento do poder de compra, a internacionalização da carreira e a previsibilidade de gastos por conta de uma moeda mais estável. 

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Para alcançar esses objetivos, os brasileiros entendem que a qualificação tecnológica será um diferencial competitivo nos próximos anos. Sobre isso, cerca de 58,6% dos entrevistados afirmam que dominar ferramentas de Inteligência Artificial será essencial para alcançar esses objetivos profissionais — seja abrir um negócio próprio, crescer na empresa ou mudar de profissão.

Além da IA, competências como análise de dados (31,6%), programação básica (23,6%) e automação (18,6%) também aparecem como habilidades-chave para a adaptação ao futuro do trabalho.

O que os brasileiros querem alcançar com o trabalho?

Para os brasileiros, o trabalho é mais do que uma fonte de renda: é um meio para concretizar conquistas pessoais. Quase 50% dos respondentes afirmam que, nos próximos 5 anos, a principal aspiração financeira é ter condições de sustentar hobbies e paixões particulares.

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Apesar de priorizarem prazeres individuais, os brasileiros buscam por segurança e estabilidade financeira da família. Para 44% dos participantes há o desejo em garantir conforto para os filhos, e 32,2% querem ajudar financeiramente parentes ou amigos. 

A compra da casa (39%) e do veículo próprio (33%) aparecem apenas em terceiro e quarto lugar na lista, sugerindo mudança de comportamento —  com menos foco na posse de bens e mais ênfase em experiências e suporte familiar. 

Outras aspirações ligadas ao crescimento pessoal e profissional também estão no horizonte dos brasileiros: 18% pensam em mudar de cidade, 15,4% querem investir em capacitação profissional no exterior e 13,2% veem o casamento como um objetivo.