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Focada no mercado imobiliário para média e alta renda, a incorporadora You,Inc resolveu jogar suas fichas no Minha Casa Minha Vida. Na ampliação do teto de financiamento do programa habitacional do governo para a Faixa 3, a empresa avistou uma oportunidade de crescimento. Em 2024, três dos sete lançamentos previstos pela construtora serão voltados ao Minha Casa Minha Vida, em um valor geral de vendas (VGV) estimado em R$ 400 milhões. “Com o novo benefício e incentivo do governo, não tem como a gente ficar fora dessa oportunidade”, diz Tatiana Muszkat, CMO da You,Inc e filha de Abrão Muszkat, fundador e CEO da empresa. “Do pipeline de 2024 cerca de 30% dos lançamentos serão destinados para a Faixa 3 do Minha Casa Minha Vida.”
Para segmentar sua oferta no setor, a empresa seguirá os passos de outras construtoras e lançará uma subsidiária que será responsável pelos empreendimentos pelo programa habitacional do governo: a Hom,Inc. “Não vai ser exatamente um spin-off. É uma marca nova dentro do grupo para diferenciar os lançamentos da You,Inc”, diz a executiva. A estratégia é comum no mercado. A Cyrela, por exemplo, criou a bandeira Vivaz há alguns anos para atuar no segmento popular.
Ao todo, a empresa deverá lançar cerca de R$ 1,5 bilhão este ano, com unidades que vão de studios de 24 metros quadrados a apartamentos de 100 metros quadrados, todos localizados em regiões nobres da cidade de São Paulo. Uma das principais apostas da You,Inc para o ano é o Eleva Harmonia, projeto com um VGV aproximado de R$ 300 milhões localizado no bairro Vila Madalena. “O nosso pipeline de lançamentos para o ano está com uma liquidez muito forte em relação ao de 2023”, afirma Tatiana. O landbank da empresa hoje está estimado em cerca de R$ 3,5 bilhões.
Fundada em 2009 por Abrão Muszkat, que já tinha participado dos lançamentos das construtoras ABC e Even no passado, a You,Inc ganhou musculatura nos últimos anos, lançando 83 projetos com um VGV de R$ 8 bilhões em sua história. De outubro de 2022 a setembro de 2023, a receita líquida da empresa foi de R$ 913 milhões. Para 2024, Tatiana mostra-se otimista com a expectativa de queda na taxa básica de juros, hoje a 11,25% ao ano. “A taxa de juros é o que baliza o nosso mercado. A gente tem uma previsão por parte dos economistas-chefes de bancos de que a Selic deve cair a 9% ao ano e isso seria preponderante para a melhora do mercado. Acaba virando uma oportunidade para compradores e para a acomodação das taxas de financiamento dos bancos”, aponta.
Agora, a ideia é levar esse histórico como cartão de visita para sua listagem na bolsa de valores de São Paulo, a B3. Embora não negue o desejo (a empresa desistiu de seu IPO em 2020, no dia da precificação), Tatiana prefere manter a cautela. “Quando a gente tiver uma janela de oportunidade, nós estaremos lá. Estamos nos preparando e conversando com os bancos e investidores, mas sabemos que não vai ter espaço para todas [as empresas do setor na bolsa]. Então, o que eu posso dizer é que nossa estratégia de lançamentos será a mesma com ou sem o IPO”, afirma ela.