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A Yara anunciou nesta terça-feira um investimento de R$ 90 milhões em sua unidade de fertilizantes foliares instalada em Sumaré, no interior de São Paulo. Os recursos serão aplicados até 2025 e direcionados a pesquisas e desenvolvimento para a produção de um novo portfólio de produtos, com foco na agricultura regenerativa.
A unidade foi inaugurada em 2018, depois de um investimento de R$ 100 milhões por parte da companhia norueguesa. À época, a fábrica de Sumaré foi a primeira de fertilizantes foliares do Brasil e a primeira da Yara fora da Europa com a tecnologia.
Com capacidade para produzir 40 milhões de litros de fertilizantes por ano, a unidade de Sumaré é a aposta da Yara na chamada agricultura regenerativa. “Sustentabilidade não é mais suficiente. Queremos começar a devolver para a natureza o que extraímos dela ao longo do tempo”, disse Marcelo Altieri, CEO da Yara Brasil.
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Na linha dos tradicionais fertilizantes nitrogenados, a Yara iniciará no segundo trimestre de 2024 a primeira produção comercial de “green amônia” do Brasil. A ideia é que 3% do gás natural utilizado pela fábrica de Cubatão (SP) seja substituído pelo biometano, em uma iniciativa ainda não implementada na Europa.
Em outubro, a companhia anunciou uma parceria de fornecimento de biometano com a Raízen. Inicialmente, serão aproximadamente 20 mil metros cúbicos por dia, que atenderão parcialmente uma demanda de 700 mil metros cúbicos da fábrica paulista.
“Os fertilizantes que saem da planta de Cubatão já têm 50% menos emissões que os feitos no processo tradicional, graças à tecnologia de catalisadores implementada em 2023. Agora, produziremos a amônia verde, que chegará às lavouras. Essa é uma iniciativa importante para descarbonizar a cadeia de alimentos”, disse Altieri.
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O executivo lembrou que, ao longo da última década, a companhia investiu no Brasil aproximadamente R$ 15 bilhões. Contudo, cobrou do governo condições mais competitivas, especialmente no que diz respeito ao custo da energia elétrica, para que uma nova onda de aportes possa ocorrer.
Segundo Altieri, a Yara prevê em seu plano estratégico substituir suas fontes de energia da atual origem fóssil, como o gás natural, para origens renováveis. No entanto, em sua visão, a matriz energética do Brasil é muito cara, o que acaba inviabilizando investimentos.
“No Brasil nós temos tudo. Mas falta um marco regulatório que contribua com os investidores, que seja suficientemente competitivo para que nós consigamos dar o próximo passo de investimentos”, disse.
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No caso do projeto de “green amônia”, de Cubatão, o biometano adquirido da Raízen, tem um custo entre 30% e 40% maior do que o gás natural tradicionalmente usado. “Isso [preço maior] é parte do processo de aprendizagem e de se criar um mercado que ainda não existe”, disse Altieri.
As apostas da Yara no Brasil ocorrem em um momento de queda dos preços dos grãos no mercado internacional. Contudo, Altieri não vê razões para que haja uma queda nas vendas, pois considera que a rentabilidade do setor está saindo de níveis fora da curva e retornando aos patamares históricos.
A companhia estima que o mercado de fertilizantes no Brasil movimentará 44,6 milhões de toneladas em entregas em 2023. Se confirmado, o volume representará um crescimento de 7% sobre as 41,7 milhões de toneladas do ano passado.
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“Não vejo nenhuma explicação para que o mercado não continue crescendo, porém, pode ser que a taxa de crescimento não seja a mesma”, disse
Apostando na manutenção do crescimento do mercado no Brasil, Argentina e Paraguai, a Yara expandiu sua estrutura de produção de NPK no porto de Rio Grande, no Rio Grande do Sul. Um ano após sua inauguração, no final de 2022, a unidade chega em dezembro operando a fábrica em sua capacidade máxima, de 1,1 milhão de toneladas de granulação e 2,2 milhões de mistura e ensaque.
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