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Vivo quer oferecer PIX parcelado, consignado e FGTS antecipado no seu braço financeiro

Empresa busca licença do BC para acrescentar novos produtos na prateleira; carteira de empréstimo pessoal já é de R$ 358 milhões

Mitchel Diniz

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A Vivo quer incrementar seu portfólio de produtos financeiros e informou que vai pedir ao Banco Central uma permissão para atuar como Sociedade de Crédito Direto (SCD). O objetivo é turbinar o portfólio de crédito do braço financeiro da companhia, que hoje se resume a empréstimos pessoais, sem garantias. Uma vez obtida a licença, a Vivo pretende trabalhar com modalidades como empréstimo consignado, PIX parcelado e saque-aniversário do FGTS.

“Estamos agora preparando a documentação e os prazos são do Banco Central. Não é algo de curto prazo, isso pode demorar. Mas acredito que somos um candidato fácil para conseguir uma licença dessa natureza, pela robustez da empresa, pelas características da Vivo”, afirmou aos jornalistas Christian Gebara, CEO da Vivo, durante o “Vivo Day”, realizado nesta terça-feira (5).

Em 2023, a receita de serviços financeiros foi de R$ 403 milhões, com alta de 36% em relação a 2022. A carteira de empréstimo pessoal terminou o ano em R$ 358 milhões, com 55 mil contratações de crédito do período. As concessões geraram R$ 100 milhões de receita para a Vivo.

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Ainda que tenha uma magnitude pequena comparada ao tamanho da Vivo, o executivo diz que a empresa está fazendo uma “aposta real” no negócio financeiro, prevendo, para os próximos anos, crescimento semelhante ao de 2023. Segundo Gebara, a Vivo “aluga” capacidade ou licença de parceiros para ofertar parte de seus serviços. “Com o meu volume crescendo, justifica ter essas capacidades internas”, diz Gebara.

Christian Gebara, CEO da Vivo

“Esse pedido [de permissão para operar como SCD] nos dá uma flexibilidade maior de poder oferecer outros serviços de crédito que hoje a gente não consegue. […] Isso pode existir para a gente não só aumentar o portfólio como reduzir alguns custos”, complementa o executivo.

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Clientes não bancarizados

Além do empréstimo pessoal, a parte de serviços financeiros da Vivo inclui seguro para celular (com 500 mil smartphones segurados), o cartão de crédito Vivo Itaú (com 241 mil cartões emitidos) e um consórcio de smartphones. Gebara explica que parte da base de clientes da empresa não é bancarizada.

“Então talvez nós tenhamos capacidade de aprovar o crédito dele [o cliente] melhor do que outras instituições, que não enxergam por falta de dados”, afirma o CEO.

O serviço de empréstimos pessoais sem garantia para a base de clientes da companhia começou com o Vivo Money. “Conseguimos construir uma plataforma bem saudável ao longo dos últimos dois anos e isso nos deu apetite para querer mais”, diz Ricardo Hobbs, vice-presidente de novos negócios da Vivo. “Inclusive ir para modalidades que têm menor característica de risco que o empréstimo pessoal”.

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A ideia é que o novo portfólio seja integrado ao aplicativo da Vivo, que hoje conta com mais de 22 milhões de acessos únicos. A empresa já trabalha para unificar os serviços financeiros dentro do Vivo Pay, carteira digital que funciona dentro do “app”.

Hobbs explica que, com a licença, a Vivo ganha flexibilidade para desenvolver produtos de forma própria e com redução de custos. “Não é preciso colocar outros agentes, por exemplo, para emissão de uma certidão de crédito. A própria empresa vai conseguir fazer isso”.

Há dois anos, a empresa constituiu um FIDC (Fundo de Direitos Creditórios) com capital próprio e compromisso de investimento de R$ 250 milhões na parte de serviços financeiros. Também buscou um sócio no mercado, a gestora Polígono, que fez um acordo de contribuir com capital até um determinado montante.

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“Essa orquestração entre recursos próprios da Vivo e recursos vindos da Polígono, nos dá essa capacidade de crescer no próximo ano, expandindo para novos produtos”.

Hobss estima que o pedido de permissão para atuar como SCD, quando feito, poderia ser aprovado pelo BC em um prazo de 12 meses. Segundo ele, uma vez obtida a licença, não haveria impacto na relação da Vivo com seus atuais parceiros financeiros.

“A nossa relação com esse ecossistema financeiro que nos apoia em diferentes versões continua. Não há redução nesse sentido”, diz o vice-presidente.

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Mitchel Diniz

Repórter de Mercados