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A Vinícola Aurora está apostando suas fichas em uma tendência – já não tão nova – do mercado de bebidas para manter seu crescimento e se aproximar de públicos diferentes. A maior vinícola do Brasil vai dobrar as apostas em bebidas sem álcool.
A empresa já tem seu suco de uva, mas agora está de olho na categoria que simula vinhos e espumantes que não passam pelo processo de fermentação e, assim, podem ser comercializados como “zero álcool”.
A experiência no segmento começou em 2021. A Aurora lançou sua bebida gaseificada (espumante) sem álcool, usando as mesmas garrafas e variedades de uvas utilizadas no espumante tradicional.
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“É um produto que simula a experiência de beber um espumante. No ano passado, lançamos a versão rosé, e agora vamos expandir ainda mais”, disse Rodrigo Valério, diretor de marketing e vendas da Vinícola Aurora, ao IM Business.
A vinícola também vai simular vinhos tinto e branco. Serão colocadas no mercado doméstico duas garrafas de “vinho sem álcool”. Valério explicou que são sucos integrais feitos com variedades de uvas usadas para a produção de vinhos, como cabernet sauvignon e merlot.
“Já estamos pensando em passar esse produto por [barris de] carvalho, para colocar um pouco de madeira à bebida. Ainda assim, nosso foco está nas pessoas que não bebem álcool. É um público diferente dos clientes que já consomem vinho, por exemplo”, disse o executivo.
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A Aurora quer aproveitar o boom das bebidas sem álcool para incrementar seu negócio. Dados da consultoria britânica IWSR mostram que o consumo global de bebidas sem álcool ou com baixo teor alcoólico crescerá 8% ao ano até 2025.
Em 2023, a Vinícola Aurora teve o melhor desempenho da sua história de mais de 93 anos. As vendas da empresa cresceram 4% e alcançaram R$ 786,2 milhões, com 74,5 milhões de litros de bebidas engarrafadas comercilaizadas.
Para 2024, Valério projeta crescimento de 10% da receita. Se a meta for alcançada, o faturamento vai se aproximar de R$ 865 milhões. “Queremos chegar a R$ 1 bilhão em 2026”, diz.
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Os resultados positivos e a expectativa de crescimento ocorrem depois de uma das maiores crises enfrentadas pela Aurora. Há pouco mais de um ano, o Ministério Público do Trabalho resgatou trabalhadores em condições análogas à escravidão em propriedades fornecedoras de uvas da vinícola, em Bento Gonçalves (RS).
Em fevereiro do ano passado, 207 trabalhadores foram encontrados em um alojamento em condições degradantes de trabalho. Esses trabalhadores eram contratados pela Fênix Serviços Administrativos, que prestava serviço à Aurora, Salton e Cooperativa Garibaldi e outros produtores da região.
“Em abril, começamos a implementar um rigoroso projeto de compliance. As práticas ESG existiam, mas estavam dispersas, sem o foco que precisaria ter. Desde então, estamos trabalhando para que esse tipo de situação nunca mais ocorra”, disse Valério.
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