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O brasileiro de 24 anos Vinicius Junior, jogador do Real Madrid, não levou a Bola de Ouro 2024, em premiação realizada em Paris nesta segunda-feira (28). No entanto, sua marca permanece entre as mais fortes entre os atletas, segundo especialistas consultados pelo InfoMoney.
Se os avaliadores do mundo da bola julgaram que Vini Jr. não merecia a Bola de Ouro, no mundo do marketing ele é o grande campeão do futebol – acima de Cristiano Ronaldo e Messi.
Vini Jr é o futebolista melhor posicionado, e ocupa a segunda posição geral do ranking anual The most marketable athletes of 2024 (Os atletas mais comercializáveis de 2024), da SportsPro feito em parceria com a NorthStar Solutions Group. A lista, que leva em conta uma nota de 0 a 100 atribuída a cada atleta, é composta por 50 atletas de diversas modalidades, avaliados qualitativa e quantitativamente dentro de três principais áreas: Força de Marca, Mercado Endereçável Total e Economia (números de mercado).
Apesar de novato na lista, o brasileiro está acima do lendário jogador de basquete LeBron James, na terceira colocação, e perde apenas para a ginasta Simone Biles, líder do ranking. James atingiu 91.26 pontos.
Veja os dez principais nomes do ranking:
- 1ª posição: Simone Biles – 96.16 pontos
- 2ª posição: Vini Jr – 91.52 pontos
- 3ª posição: LeBron James – 91.26 pontos
- 4ª posição: Caitlin Clark – 90.26 pontos
- 5ª posição: Lionel Messi – 89.67 pontos
- 6ª posição: Rebeca Andrade – 86.19 pontos
- 7ª posição: Kylian Mbappé – 85.63 pontos
- 8ª posição: Ilona Maher – 84.60 pontos
- 9ª posição: Cristiano Ronaldo – 84.31 pontos
- 10 ª posição: Katie Ledecky – 84.27 pontos
Segundo a Forbes, o atacante do Real Madrid ganhou US$ 40 milhões em receitas “dentro de campo” e US$ 15 milhões em ganhos “fora de campo”, conquistando a 7ª posição do ranking dos jogadores de futebol mais bem pagos do mundo em 2024 – e na sua estreia na lista. Os ganhos equivalem a algo em torno de R$ 312 milhões.
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Considerando seus contratos ativos com Nike, PlayStation, Pepsi, EA Sports, Vivo Gatorade, Clear, Rexona, Omo, Betnacional e Dubai Tourism, o valor médio de cada contrato seria de US$ 1,36 milhão de dólares, ou R$ 7,75 milhões.
Para Amir Somoggi, diretor da Sports Value, empresa especializada em marketing esportivo, gestão de clubes e valuation, a marca Vini Jr. vale muito porque fala com a geração Z.
“O nível de engajamento desse público é maior e a trajetória de consumo deles está no início. Para as marcas que se associam, é essencial ter um emissor que converse com a Geração Z, porque quanto mais jovem eu conquistar o cliente, maior será a jornada dele comigo”, explica Somoggi.
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Para Ivan Marinho, professor do curso de Marketing Esportivo na ESPM Escola Superior de Propaganda e Marketing e com atuação na mesma área dentro da CBF (Comissão Brasileira de Futebol), a marca Vini Jr. vai muito além das quatro linhas do campo de futebol.
“Se for para fazer um paralelo com outro atleta, ele é parecido com Louis Hamilton, que tem coragem de questionar o racismo. Geralmente jogadores não estão dispostos a participar de discussões em temas de sociedade e isso é um diferencial para o Vini – que pode trazer críticas no curto prazo, com potencial de abalar seu desempenho como atleta, mas que constroem uma marca ainda mais forte no longo prazo”, afirma Marinho.
Ativismo pesou contra prêmio da Bola de Ouro?
Não existe consenso sobre a possibilidade de o ativismo antirracista de Vinicius Junior ter lhe custado a Bola de Ouro em uma temporada em que venceu, junto ao Real Madrid, a Liga dos Campeões, o Mundial de Clubes e os dois campeonatos nacionais espanhóis, a La Liga e a Copa Del Rey.
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Para Marinho, não existe nenhuma relação entre o posicionamento de Vini e não ser escolhido vencedor do prêmio. “Os critérios da premiação estão ligados a desempenho em campo”, pontua.
“Não podemos afirmar a relação dos eventos. Mas sabemos que outros jogadores, como Cristiano Ronaldo e Messi, passam a largo dessas temáticas sociais. E sabemos que existem pessoas que torcem o nariz com isso. Há também argumento de que o Vini não brilhou na Seleção Brasileira. De qualquer forma, não é desprestígio nenhum não vencer esse prêmio, afinal, é um grande prestígio ser indicado. Mas nem sempre esse ativismo, infelizmente, pesa a favor”, afirma Somoggi.