Publicidade
Após crescer mais que a média do mercado brasileiro de saúde animal em 2023 e ganhar participação em todas as áreas em que atua, a multinacional alemã Boehringer Ingelheim tem pela frente o desafio de manter o passo acelerado. Para isso, confia sobretudo nos investimentos que faz em pesquisa e desenvolvimento, que têm se refletido em um portfólio mais robusto de medicamentos voltados a pets, grandes animais, aves e suínos, segmentos em que o país, que tem o maior número de veterinários do mundo, apresenta grande potencial de crescimento.
No Brasil, a Boehringer estreou em saúde animal em 2017, com a aquisição da Merial. De lá para cá, o país se firmou como um dos dez principais mercados para a múlti, e nos próximos anos certamente chegará ao pódio. Em 2023, as vendas globais da divisão alcançaram 4,7 bilhões de euros, 6,9% mais que em 2022, e representaram quase 20% da receita do grupo (25,6 bilhões de euros), que tem em medicamentos para a saúde humana seu carro-chefe. Os investimentos totais em P&D somaram 5,8 bilhões de euros no ano passado, e 546 milhões de euros foram direcionados à saúde animal.
“Sabemos que será difícil crescermos em 2024 tanto quanto em 2023, mas mantemos um otimismo inabalável”, afirmou Xavier Andivia, presidente da divisão de saúde animal da Boehringer Ingelheim no Brasil, em evento realizado pela empresa na manhã de hoje em São Paulo. De acordo com ele, os negócios da subsidiária cresceram 18% no ano passado.
A operação no país é puxada pelas vendas de produtos para pets, em que a Boehringer conta com líderes de mercado como o antiparasitário NexGard e o Frontline, usado no combate a pulgas e carrapatos. Segundo José Carlos Pereira Júnior, diretor da área de pets, a companhia ganhou 3 pontos percentuais de market share no Brasil em 2023, para 15,1%, e até o fim deste ano lançará mais dois produtos para cães e gatos. Medicamentos contra zoonoses também ganharão espaço no portfólio, de acordo com o executivo.
A multinacional não detalha seus números no país, mas informa que, abaixo dos pets, grandes animais, aves e suínos mantêm um certo equilíbrio no faturamento. Em grandes animais, afirmou o diretor Diego Souza, o market share registrou leve alta em 2023, para 3,5%, ao passo que em aves houve avanço de 0,6 ponto percentual, para 13,5%, e em suínos, de 1,1 ponto percentual, para 28,3%. “De cada duas aves vacinadas no Brasil, uma é vacinada com produto da Boehringer. No caso dos suínos, são três em cada cinco”, afirmou Abílio Alessandri, diretor da área.
Continua depois da publicidade
De acordo com dados preliminares do Sindan, entidade que representa a indústria veterinária no país, as vendas de produtos do segmento somaram cerca de R$ 11 bilhões em 2023, 3% mais que em 2022. O aumento foi liderado por medicamentos para aves e suínos, e não foi maior por causa da queda observada na comercialização de produtos para ruminantes, que representam mais da metade do total e sofreram com a queda dos preços do boi.