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Há tempos as usinas do Centro-Sul do país não vendiam tanto etanol como em janeiro de 2024. Mais precisamente, desde outubro de 2020. Entre anidro e hidratado, foram comercializados 3 bilhões de litros do biocombustível no mês passado. Em comparação a janeiro de 2023, o crescimento foi de 38%.
O volume vendido de etanol anidro – aquele que vai misturado na gasolina – registrou leve crescimento de 1,3% e chegou a 1,11 bilhão de litros. Para as usinas, a cereja do bolo foi a comercialização do combustível hidratado – o que vai direto no tanque -, que aumentou 75%, para expressivos 1,9 bilhão de litros.
“O resultado reverbera a competitividade do biocombustível nas bombas, que já dura meses. Na última semana, dados da ANP apontaram uma paridade média de 61,7% entre o preço do hidratado e da gasolina C”, informou a União da Indústria da Cana-de-açúcar e Bioenergia (Unica).
O aumento da demanda pelo etanol está aliviando os estoques das usinas. Diante de uma safra recorde, os preços médios de janeiro de 2024 foram os menores desde 2020. O mercado começou a esboçar uma reação apenas nos últimos dias do mês passado.
Por causa da queda dos preços, muitas usinas sentiram os efeitos em seus resultados. O lucro da São Martinho (SMTO3) caiu pela metade no terceiro trimestre. No caso da Jalles (JALL3), o lucro recuou 83% no mesmo período.
Para a Raízen, dona da rede de postos Shell e uma das maiores produtoras de etanol do Brasil, o efeito foi minimizado pelos resultados de outras unidades de negócio. O lucro da companhia cresceu, mas poderia ter sido maior, não fosse o impacto negativo do biocombustível.
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Contudo, o CEO da Raízen, Ricardo Mussa, disse para investidores e jornalistas que não exerga espaço para uma nova onda de queda para os preços do etanol. “Eu nunca tinha visto uma diferença tão grande [entre os preços do etanol e da gasolina]”, disse.