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Uma das principais responsáveis pela virada da Espaçolaser no último ano, Magali Leite foi anunciada ontem como a primeira CEO da rede de beleza e serviços estéticos, que lidera o mercado de depilação a laser no Brasil. Ela substitui Paulo Camargo, que assumiu a companhia em agosto de 2022 com o intuito de “organizar a casa”. Em entrevista ao IM Business, Magali disse que a decisão de mudança de perfil no comando da empresa já existia, mas que foi acelerada com a renúncia de Camargo.
Ex-CEO da divisão brasileira da Arcos Dorados, master franqueada do McDonald’s na América Latina, Camargo estava com a “agenda dividida” nos últimos meses devido à participação em uma série de palestras e eventos. “O Paulo tem uma carreira paralela que começou a tomar uma proporção muito grande. Ele tem uma agenda lotada de palestras voltadas à parte motivacional, de gestão e de liderança. Está para lançar um livro, é conselheiro de empresas e pratica mentorias. Esse lado dele foi tomando uma proporção grande de seu tempo”, afirmou Magali.
Camargo confirma: “Não dá tempo de fazer tudo na vida. Eu preciso fazer as minhas escolhas aqui para continuar não frustrando todos os compromissos que eu assumi”, disse ele ao IM Business, em meio a ligações para investidores e franqueados da rede no exterior. O executivo seguirá atuando na Espaçolaser pelos próximos meses para auxiliar sua sucessora na transição. “Temos uma série de compromissos aqui, que já estão em andamento e contratados, que precisamos tocar em conjunto. Há uma admiração e um respeito mútuo nessa relação”, disse Magali.
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A executiva se diz feliz e preparada para o novo desafio. Por ora, além da posição de CEO, Magali vai acumular os cargos de diretora financeira e de relações com investidores da empresa, até que seu substituto seja anunciado. Ela já trabalhou em posições de liderança em outras companhias, como na Claro Brasil, na LIQ-Contax e no Grupo Bandeirantes de Comunicação. Para assumir a nova função, Magali abriu mão em cargos de conselhos que ocupava, mas, ao menos por ora, seguirá como presidente do IBEF-SP, entidade de executivos de finanças.
“Acho que esse convite veio em um ótimo momento, porque eu adoro a Espaçolaser e acredito que a gente está desempenhando um trabalho muito bom aqui dentro”, conta ela. “É um privilégio assumir esse desafio, e me sinto bastante preparada. Nossos planos são arrojados e, de certa forma, complexos, mas venho trabalhando com o Paulo para colocar a companhia em outro patamar”, reforçou.
A executiva liderou o processo de reestruturação das dívidas da empresa, que recentemente tiveram o prazo médio alongado de 1,5 ano para 3,7 anos com a emissão de uma nova debênture. A empresa reportou que obteve receita recorde no quarto trimestre de 2023: R$ 500,5 milhões, incluindo operações próprias e franquias. Em todo o ano passado, a receita atingiu R$ 1,6 bilhão, crescimento de 7% frente a 2022. A rede também reverteu prejuízo líquido de R$ 47 milhões, registrado em 2022, e registrou lucro líquido de R$ 6,6 milhões no ano passado.
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Com dinheiro em caixa, a empresa deve voltar a investir na manutenção de suas unidades próprias e, sobretudo, na ampliação dos aportes em tecnologia, para oferecer uma experiência melhor à clientela. “A gente quer aumentar a velocidade de conversão da nossa venda em caixa. Esse é um dos nossos desafios”, afirma Magali. “Vamos voltar a investir no negócio. Foi algo que ficou em suspenso nos últimos tempos. Mas não faremos isso com loja própria. Temos uma agenda de desenvolvimento de produtos digitais para melhorar a experiência da jornada e aumentar a autonomia do cliente. Para isso, precisamos investir em tecnologia e em sistemas.”
Magali não deverá fazer mudanças drásticas na operação. Questionada sobre como vê o desempenho da empresa na Argentina, segundo maior mercado da Espaçolaser na América Latina, ela se diz satisfeita e projeta uma expansão no país vizinho. “Temos um perfil um pouco diferente na operação da Argentina. Lá, nosso produto é mais voltado para as classes A e B, superiores às que o que a gente trabalha, na média, no Brasil”, disse.
“Embora seja a mesma tecnologia e a mesma máquina, temos uma operação um pouco mais sofisticada na Argentina. Coisas que pessoas das classes A e B no Brasil fazem no dermatologista, na Argentina fazem conosco. É uma operação altamente rentável”. No fim de 2023, a Espaçolaser tinha 22 unidades na Argentina, onde alcançou R$17,8 milhões em vendas e realizou 87,1 mil procedimentos no quarto trimestre do ano.
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