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A Vale está em tratativas finais para aprovar a aquisição completa do terminal de uso privado (TUP) Porto de São Luís, no Maranhão. A mineradora irá desembolsar R$ 1,07 bilhão (ou US$ 215 milhões) ajustado pelo CDI a partir de 20 de agosto de 2023 até o dia útil anterior a data de fechamento do negócio. O projeto pertence hoje à Cosan, que o arrematou em 2021 por mais de R$ 800 milhões e buscava um sócio para viabilizá-lo. Na época do certame, o ativo pertencia a um pool formado por China Communications Costruction Company (CCCC), WTorre e Lyon Capital, e foi ensejado pela própria Vale.
O projeto tem sido discutido entre integrantes de comitês da mineradora e deve ser apreciado pelo conselho de administração da empresa em breve.
O terminal ficará a cerca de 6 km da Estrada de Ferro Carajás e terá capacidade para movimentar mais de 100 milhões de toneladas ao ano. A empresa alega em documento obtido pelo IM Business que o racional para a aquisição baseia-se em “garantia de capacidade portuária para o Sistema Norte para aumento de volume futuro, criação de um sistema de escoamento de minério de ferro do Sistema Norte possibilitando melhor gestão de risco (acidentes) e de capacidade”. A empresa também estima ter de desembolsar R$ 30 milhões com obras sociais na região.
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A Cosan, ainda segundo o documento, comprometeu-se a finalizar um estudo de viabilidade econômica para a construção de um terminal a granel bem como sua integração à Estação de Ferro Carajás, de modo a assegurar que não haverá qualquer impacto para a Vale implementar e operar no espaço.
A Cosan, detentora de 4,9% das ações da Vale com direito a voto, ocupa uma cadeira no conselho da mineradora. Nessa posição atualmente está Luís Henrique Guimarães, ex-CEO da Cosan, que faz parte do comitê que analisa projetos da mineradora. Por essa razão, ele não deverá participação da votação, no colegiado, sobre a aquisição do Porto de São Luís, seguindo a política da companhia para transações com partes relacionadas.
Para a operação, a Vale contratou o escritório Machado Meyer como assessor jurídico e Arcadis como assessor técnico para revisar o projeto de engenharia ferroviária e portuária apresentado pela Cosan, e o Citi para auxiliar nas análises bem como emitir uma fairness opinion.
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Procuradas, ambas as empresas preferiram não se pronunciar. Após a publicação da reportagem, no entanto, a Vale emitiu um comunicado ao mercado em que informa que “não existe qualquer acordo ou compromisso referente ao tema, nem decisão pelo órgão de governança competente da Vale”. Também disse que “avalia regularmente alternativas e parcerias estratégicas com foco em geração de valor para seus acionistas” e que manterá o mercado atualizado “caso estabeleça algum acordo material”.
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