Publicidade
A Traive quer ampliar o acesso dos produtores rurais a financiamentos. A startup pretende atrair instuições financeiras à sua plataforma de análise de risco e criar uma espécie de marketplace de crédito rural.
Em números redondos, os produtores demandam pouco mais de R$ 1 trilhão por ano em financiamentos. Desse total, um terço é viabilizado pelo governo por meio do Plano Safra, outro terço vem de recursos próprios e o restante é originado com o setor privado, em contratos a juros livres ou operações de barter (troca de insumos por colheitas futuras) com revendas e tradings, por exemplo.
É exatamente no setor privado que a agfintech está de olho. Nos últimos seis anos, a Traive desenvolveu um sistema de análise de risco rural com uso de inteligência artificial. O método cria um score de crédito para clientes de revendas, tradings, cooperativas e multinacionais de insumos.
O problema é que, mesmo com a análise de risco feita, cada empresa precisa acessar instituições do mercado financeiro para fechar o processo de crédito. “Nossa ideia é pegar nossos clientes e concentrar na plataforma ofertas de crédito para viabilizar o financiamento dos produtores. Esse será nosso foco pelos próximos dois anos”, disse o CEO da Traive, Fabrício Pezente, ao IM Business.
O executivo lembra que, ao longo do tempo, grandes empresas desenvolveram alternativas próprias para financiar suas operações de crédito ao agronegócio. Algumas chegaram a criar fundos de investimentos, onde captam recursos e usam títulos rurais como lastro.
“Quem faz por conta própria não consegue levantar recursos suficientes. Mas a realidade é que a imensa maioria não faz. Do lado financeiro, bancos e assets, por exemplo, conseguirão ter uma visibilidade clara sobre a governança da análise de crédito. Tudo o que buscam quando vão oferecer crédito já está na plataforma”, diz Pezente.
Continua depois da publicidade
Parte dos US$ 20 milhões captados junto ao Banco do Brasil e outros investidores no início de fevereiro vai financiar o processo de internacionalização da Traive. A companhia espera anunciar, ainda no primeiro semestre de 2024, uma transação com seu primeiro cliente estrangeiro.
No foco da internacionalização está a comercialização dos serviços de inteligência sobre o agronegócio brasileiro da startup. Para Pezente, a criação de um score para precificar o risco do agronegócio de um país como o Brasil é essencial para qualquer empresa que atue no setor.
“A internacionalização vai acontecer, primeiro, com a venda de inteligência sobre o Brasil. Existe potencial para vendermos o modelo já aplicado, mas a parte de inteligência está pronta e estamos com conversas adiantadas”, diz o executivo, que espera que sua empresa alcance o breakeven em 2025.
You must be logged in to post a comment.