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A tragédia provocada pelas chuvas no Rio Grande do Sul já gerou um prejuízo de pelo menos R$ 742 milhões ao agronegócio gaúcho, segundo dados da Confederação Nacional dos Municípios (CNM). Apesar do número nada desprezível – e que ainda deverá aumentar de forma expressiva -, o efeito prático das perdas de safras e produção de carnes sobre os preços dos alimentos, e seu consequente impacto sobre a inflação, tende a ser pequeno.
Isso porque, entre as principais culturas agrícolas, o Estado tem uma representatividade minimamente relevante em três. A produção gaúcha de arroz representa 70% da oferta nacional. No caso do trigo, 45% do que se colhe no Brasil vem do Rio Grande do Sul. Já na soja, a fatia gaúcha é inferior a 15%.
Por enquanto, o maior risco está no arroz. Até o início desta semana, 83% dos 900 mil hectares cultivados com o cereal já haviam sido colhidos. Dos 17% restantes, e que potencialmente ainda podem ser perdidos, sairiam 1,3 milhão de toneladas, ou 12% da produção nacional.
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No caso da soja, a situação é um pouco menos crítica. Cerca de 75% do grão foi colhido antes do início das chuvas. Os 25% restantes têm um potencial para gerar 5,47 milhões de toneladas. Se todo esse volume fosse perdido, o efeito sobre a produção nacional seria inferior a 4%.
Ainda que quase metade da produção de trigo esteja concentrada no Rio Grande do Sul, trata-se de uma cultura de inverno. Na prática, o plantio sequer começou. Contudo, ainda é preciso avaliar quais serão as condições do solo no momento que as culturas de inverno começarem a ser semeadas.
Por falar em culturas de inverno, o Rio Grande do Sul detém 24% da produção nacional de cevada, 73% da de aveia e 98,9% da oferta nacional de canola. Assim como o trigo, esses grãos ainda não começaram a ser plantados, porém, já vale a pena ficar atento.
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