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O mercado de healthtechs (startups com foco em tecnologia para saúde) brasileiro está passando por um reaquecimento com as inovações trazidas pelas companhias com o uso de inteligência artificial (IA). Nesta quarta-feira (4), os fundos Canary e K50 mostraram que há apetite para investimentos no setor com um novo aporte em uma empresa do segmento.
As duas gestoras estão liderando uma rodada de R$ 25 milhões na Arvo, startup que atua no setor de transações entre operadoras e prestadores de saúde. O investimento, que pode ser classificado como uma pré-Série A, ainda contou com a participação das gestoras Latitud, Preface e Endeavor Scale-Up Ventures.
Essa é a sétima aposta da Canary em uma healthtech. A gestora já aportou negócios como Alice, Sami, ISA Lab, entre outros. “O setor de saúde vem se mostrando cada vez mais relevante para o mercado e soluções que resolvam dores e ineficiências têm um impacto muito positivo no sistema”, diz Izabel Gallera, sócia da Canary
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“Houve um ponto de inflexão na pandemia em que o contexto de sobrecarga do sistema demandou maior eficiência operacional das empresas”, diz Gallera. “Neste sentido, a inteligência artificial atuou de forma positiva para a busca por melhores práticas e resultados.”
A volta dos investimentos em healthtechs pode fomentar o crescimento de novas empresas. Segundo um estudo da Distrito com dados dos três primeiros trimestres de 2023 mostram que foram criadas apenas cinco startups de saúde no ano passado. É o número mais baixo em duas décadas. Em 2022, por exemplo, foram 38 novas empresas.
Na Arvo, foi o segundo aporte recebido. A companhia fundada em 2022 por Fabrício Valadão e Rafael Tinoco já havia captado um investimento inicial para dar início à operação. O nome dos investidores e o valor aportado na época são mantidos em sigilo.
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Para atrair os novos investidores, a healthtech desenvolveu um modelo de negócio em que fornece soluções com base em inteligência artificial para identificar padrões complexos e anomalias nas transações. “Isso impede que sejam feitos pagamentos indevidos no setor”, afirma Valadão, CEO da Arvo.
A Arvo utiliza IA para otimizar o trabalho de auditoria de contas entre as empresas de saúde. Sem tecnologia, o processo demanda a atenção de profissionais do ramo. O problema é que fazer a análise de cada cobrança é um processo demorado, uma vez que as faturas podem ter dezenas de páginas.
A companhia tem entre seus clientes empresas como Porto Saúde, Saúde Petrobras, Athena, Unimed Nacional, entre outras. Ao todo mais de 50 empresas já foram atendidas ao todo. “São operadoras que têm entre 13 mil e 2 milhões de vidas”, diz Valadão. A ideia é crescer quintuplicar a receita neste ano.
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Para ganhar dinheiro, a startup opera em modelo de software-as-a-service. Há também uma fonte de receita proveniente da economia gerada aos clientes. Ainda que as métricas financeiras sejam mantidas em confidencialidade, Valadão afirma que a Arvo já foi responsável por 30% do lucro operacional de uma operadora.
O dinheiro do novo aporte deve ser utilizado para que a companhia consiga refinar sua tecnologia de análise, atualmente com uma precisão próxima de 85%. “Queremos chegar em 90%”, diz Valadão. “Existe uma série de casos de uso em que podemos desenvolver inteligências para identificar as transações.”
O aporte na Arvo é um sinal positivo para as healthtechs. Dados da consultoria americana Rock Health apontam que as startups com soluções para o mercado de saúde captaram US$ 5,7 bilhões neste no primeiro semestre deste ano. Em 2023, considerando o ano inteiro, as startups do setor captaram US$ 10,7 bilhões.
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Um desses aportes foi na Tivita, que captou R$ 32 milhões em rodada fechada em julho deste ano e que contou também com a participação do K50, além de Fintech Collective e Maya Capital. A companhia também opera com soluções voltadas para a gestão financeira do setor, mas de olho nos consultórios e nas clínicas médicas.
Tanto Arvo como Tivita tentam seguir os passos de duas startups que tiveram sucesso no Brasil em suas captações. Sami e Alice, que criaram suas próprias operadoras de saúde, já captaram juntas mais de R$ 1 bilhão com investidores como Monashees, Valor Capital, Softbank, Kaszek, entre outros.
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