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Solinftec levanta R$ 150 milhões em CRA para equalizar dívidas

Agtech diz ter alcançado o breakeven em 2023

Alexandre Inacio

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A brasileira Solinftec anunciou a captação de R$ 150 milhões via Certificados de Recebíveis do Agronegócio (CRA) para fortalecer o caixa e alongar sua estrutura de dívida. Essa foi a quarta emissão de títulos de dívida da empresa nos últimos quatro anos, que totalizam quase R$ 500 milhões.

A operação tem prazo de pagamento de cinco anos, sendo dois de carência, e foi dividida em duas rodadas. A primeira teve taxa de CDI+5,5%, e a segunda uma remuneração de IPCA+11,69%. O Itaú BBA foi o coordenador da emissão, com a Opea Securitizadora como estruturadora.

“Em 2023 chegamos ao breakeven da nossa operação, o que nos coloca em uma posição interessante. Se as outras emissões foram usadas para impulsionar nosso crescimento, essa nos permite fortalecer nossa estrutura financeira”, afirma Laís, Braido, CFO da Solinftec.

Se historicamente as metas da empresa estavam atreladas à receita, agora o foco está na desalavancagem. Hoje, a relação dívida líquida/Ebitda está em 4,5 vezes. Com a captação, a Solinftec tem o compromisso reduzir sua alavancagem para 3 vezes nos próximos quatro anos.

Laís Braido, CFO da Solinftec (foto: Divulgação)

Fundada em Araçatuba (SP), a companhia vai encerrar 2023 com uma receita de R$ 300 milhões e Ebitda pouco superior a R$ 60 milhões. Focada inicialmente no monitoramento, coleta e análise de dados agrícolas, a empresa lançou no ano passado sua vertical de robótica.

Os primeiros robôs começaram a ser entregues este ano. As unidades são autônomas, movidas a energia solar, tem capacidade de monitorar 14 milhões de plantas por semana e determinar a necessidade de aplicação de defensivos, fertilizantes ou outros insumos.

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A Solinftec tinha a pretensão de ser o primeiro unicórnio agro do Brasil. A expectativa era que a chancela ocorresse no momento da Série C, prevista para ter ocorrido no segundo semestre do ano passado. Os planos foram adiados e a empresa acabou levantando recursos por meio de emissão de dívidas.

“Não fizemos nenhuma nova rodada de equity, por isso não foi possível medir o valuation da empresa. Mas vamos pensar em uma captação via equity em 2024. A expectativa de valuation [de US$ 1 bilhão] ainda permanece”, disse Laís.