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A retração dos preços de soja e milho nos mercados externo e doméstico ajudará a provocar a queda da receita bruta consolidada das principais lavouras semeadas no país em 2023. Segundo cálculos da MacroSector, o montante total chegará a R$ 968,4 bilhões, ante R$ 988 bilhões em 2022. De acordo com a consultoria, o valor deverá voltar a crescer em 2024 e superar R$ 1 trilhão, desde que os reflexos negativos do El Niño sobre as plantações sejam limitados.
Para a soja, carro-chefe do agronegócio brasileiro, a MacroSector prevê receita agrícola bruta (“da porteira para dentro”) de R$ 396,2 bilhões este ano, 1,6% menos que em 2022, embora a colheita tenha aumentado 26,5% e alcançado o recorde de 151,2 milhões de toneladas na safra 2022/23. No caso do milho, o cenário traçado pela consultoria aponta para redução de 10,1% na receita, para R$ 144,7 milhões, mesmo com incremento de 19,5% da produção, para 131,7 milhões de toneladas.
Tendo em vista mais uma colheita recorde de soja nesta safra 2023/24, de 157,3 milhões de toneladas, a MacroSector estima que a receita bruta da oleaginosa vai crescer R$ 420,2 bilhões no ano que vem. Para o milho, cujos preços estão mais enfraquecidos, o horizonte é menos promissor. Conforme a consultoria, a produção total recuará para 122,5 milhões de toneladas, e a receita cairá para R$ 136 bilhões.
Para as demais lavouras de destaque do país, o horizonte é, em geral, positivo em 2024. Das culturas temporárias, algodão, arroz e feijão tendem a recuperar parte das quedas de 2023 e registrar modestos incrementos das receitas brutas no ano que vem. Para as principais culturas perenes (café, cana e laranja) as projeções são de crescimento mais expressivo. Para a cana, por exemplo, o aumento ante 2023 poderá atingir 10,9%, para R$ 113 bilhões. Em 2023, o café está em queda, mas o faturamento de cana e laranja já são crescentes.