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Seattle, EUA (Reuters) – Os trabalhadores em greve da Boeing votarão na segunda-feira (4) sobre uma oferta melhorada da companhia que prevê reajuste salarial de 38% ao longo de quatro anos, bônus maior e que foi aceita pelo sindicato da categoria.
A oferta mais recente, apresentada na quinta-feira (31/10), veio em um momento crítico para a Boeing, que anunciou esta semana que vai levantar até US$ 24,3 bilhões para reforçar sua estrutura financeira. A greve de sete semanas envolvendo mais de 33 mil trabalhadores paralisou a produção do jato mais vendido da Boeing, o 737 MAX.
“Em todas as negociações e greves, há um ponto em que extraímos tudo o que podíamos por meio de negociações e da retenção de nossa mão de obra. Estamos nesse ponto agora e corremos o risco de uma oferta regressiva ou inferior no futuro”, disse a Associação Internacional de Maquinistas e Trabalhadores Aeroespaciais (IAM). A entidade rejeitou duas ofertas anteriores feitas pela Boeing.
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As negociações entre os dois lados foram realizadas esta semana com a assistência da secretária interina do Trabalho dos EUA, Julie Su, que elogiou o sindicato e a Boeing pelo trabalho na negociação do acordo.
A votação do sindicato ocorrerá um dia antes da eleição presidencial dos EUA, que está empatada entre a democrata Kamala Harris – que deve dar continuidade às políticas pró-sindicais do governo Biden – e o republicano Donald Trump.
A Boeing disse em um comunicado que incentiva “todos os nossos funcionários a saber mais sobre a oferta melhorada e a votar na segunda-feira, 4 de novembro”.
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O fim da greve também beneficiará os fornecedores aeroespaciais que têm dispensado trabalhadores e adiado novos investimentos, bem como as companhias aéreas que enfrentam atrasos prolongados na entrega de aeronaves.
Sem garantias
Ainda não está claro como os membros do sindicato votarão. A equipe de negociação defendia um aumento salarial de 40% e o retorno de um esquema de pensão de benefício definido que os membros perderam há uma década.
Na semana passada, cerca de 64% dos trabalhadores rejeitaram uma oferta de reajuste de 35% ao longo de quatro anos que não foi endossada pelo sindicato.
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A primeira oferta da Boeing de aumento salarial de 25%, que foi endossada pelo sindicato, foi rejeitada por quase 95% dos trabalhadores em setembro.
James Mann, um mecânico de 737 de 26 anos, disse que planejava rejeitar a oferta proposta na quinta-feira, mas estava preparado para voltar ao trabalho se ela for aprovada pela maioria. “Ainda assim, vou votar não, por causa da pensão”, disse ele.
A última oferta da Boeing inclui um bônus de US$ 12.000, disse o IAM. Ela combina um bônus de US$ 7.000 oferecido anteriormente e um montante fixo de US$ 5.000 na conta de aposentadoria dos membros.
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Isso permitirá que os trabalhadores escolham como o valor total será recebido, como parte de um contracheque, uma contribuição para o plano de aposentadoria ou uma combinação de ambos.
O bônus e o reajuste mais altos são “basicamente o que pedimos”, disse Donovan Evans, 30 anos, que trabalha na linha de montagem final do 767 na fábrica da Boeing em Everett e votou pela rejeição das duas primeiras ofertas.
“Acho que é bastante justo pelo que fazemos”, disse ele. “Acho que vou votar sim na segunda-feira.”
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