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A logística da Shopee no Brasil está em franca expansão para atender à alta demanda dos consumidores da plataforma, frequentemente vista no topo dos rankings de maiores e-commerces e aplicativos baixados do país. Com isso, a varejista controlada pelo grupo Sea, de Cingapura, tende a fechar alguns gargalos de distribuição que poderiam impactar negativamente sua operação no país, observam especialistas do setor.
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“As empresas que querem ter relevância no mercado digital precisam estar convencidas que a logística é um fator crítico de sucesso. O não cumprimento desses requisitos pode comprometer a marca”, explica Eduardo Maróstica, especialista em logística e varejo e professor na Fundação Getúlio Vargas (FGV).
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A mais recente investida da Shopee em logística foi a inauguração de um hub no modelo fulfillment. Diferente de um centro de distribuição tradicional, esse tipo de operação tem uma estrutura mais adequada ao perfil de demanda do e-commerce, que costuma ser de poucos itens por pedido. E, no caso de um market place, permite entregas mais rápidas. Isso ocorre porque o fulfillment armazena a mercadoria dos sellers (vendedores) e faz o processo de picking – separação, embalagem e envio do produto, além da emissão de nota fiscal.
“É uma grande melhoria do marketplace já pensando na logística para a Black Friday”, informou a Shopee, em comunicado sobre a inauguração do hub. A operação é uma das maiores da empresa e trabalha com vendedores selecionados. Inicialmente, atenderá os sellers focados em itens eletrônicos, eletrodomésticos e produtos de consumo e estilo de vida.
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Entregas no mesmo dia
Poucos dias antes do anúncio do fulfillment, a Shopee tornou oficial a opção de entrega rápida na plataforma. Consumidores da cidade de São Paulo e região metropolitana podem receber o pedido no mesmo dia em que a compra for feita ou no dia seguinte. É o primeiro passo de uma estratégia para colocar a Shopee no páreo com outros marketplaces que já trabalham há algum tempo com entregas rápidas.
“Empresas como Amazon, Mercado Livre e B2W já contavam com centros de logística com entregas rápidas aos principais centros e, por isso, obtinham uma vantagem competitiva em relação aos players asiáticos”, explica Letícia Vaz, especialista em e-commerce e criadora do MODALAB, plataforma de cursos para e-commerce de moda.
“Criar uma logística fullfillment deverá, sim, ajudar a Shopee a enfrentar a concorrência, ainda que o grau de como ou se isso funcionará ainda seja incerto para o mercado”, complementa.
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A escalada logística da Shopee não ocorreu da noite para o dia. No último ano, a empresa abriu uma série de pontos para coleta (primeira milha) e distribuição (última milha) de mercadorias, totalizando mais de 150 hubs logísticos, espalhados pelas diferentes regiões do país. Além disso, a empresa também já contava com 11 centros de distribuição, antes de aderir ao modelo fulfillment.
Cifras desconhecidas
A Shopee não costuma abrir números e até então não revelou quanto investiu em sua expansão logística.
“Por motivos estratégicos, não podemos abrir nossos planos e projetos. Podemos afirmar que a expansão logística é uma das prioridades da Shopee. Realizamos estudos constantemente para ampliar cada vez mais nossa operação logística no país”, disse a empresa, em resposta a questionamentos feitos pelo InfoMoney.
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“Não temos foco específico em apenas um estado ou uma região, nosso objetivo é ampliar nossa capilaridade de entregas pelo país, conectando cada vez mais consumidores e vendedores, com objetivo de diminuir as distâncias e os tempos de entrega.”
Apesar da plataforma ter se popularizado pelos produtos de baixo valor, importados da Ásia, hoje 90% das transações são realizadas pelos 3 milhões de vendedores brasileiros que estão na plataforma.
“Toda nossa estrutura logística atual no país é para atender exclusivamente os pedidos dos vendedores brasileiros”, grifou a Shopee.
Datas do varejo serão teste
“A empresa ainda vai precisar continuar investindo na melhora da logística de maneira constante, para que as datas especiais no e-commerce não se tornem um pesadelo aos consumidores”, afirma Letícia, do MODALAB.
A especialista diz que a Shopee lidou com volumes de pedidos “insanos” após grandes campanhas de marketing em um curto espaço de tempo. E acredita que as próximas datas comemorativas do varejo vão testar a capacidade da empresa em não acumular pedidos atrasados.
“Mesmo com a melhor infraestrutura criada pela empresa, ainda há um caminho a ser trilhado para que a companhia possa oferecer os produtos sem qualquer gargalo logístico atrapalhando a entrega ao cliente final”, conclui.
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