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A varejista asiática Shein e o grupo Sparc, dono de marcas como Forever 21, Nautica e Reebok, anunciaram nesta quinta-feira (24) um acordo que envolve a troca de participação acionária entre as empresas, a venda de produtos da Forever 21 no site e no aplicativo da Shein e a venda de produtos da Shein nas lojas físicas da Forever 21.
Segundo comunicado assinado pelas duas empresas, a Shein adquiriu uma participação de cerca de um terço a Sparc, uma joint venture dos grupos Authentic Brands e Simon Property, e a Sparc virou acionista minoritária da varejista asiática. O tamanho da participação e os termos financeiros do acordo não foram revelados.
O grupo Sparc tem 32,1 mil funcionários, atua em mais de 65 países e vende anualmente mais de US$ 12,7 bilhões em produtos. A Authentic Brands também detém as marcas Aéropostale, Brooks Brothers, Eddie Bauer e Lucky Brand, enquanto o Simon Property é um REIT (Real Estate Investment Trust) listado na Nyse, sob o ticker SPG, que é o maior dono de shoppings centers dos Estados Unidos. Os REITs são a versão americana dos Fundos de Investimento Imobiliário (FIIs).
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Já a Shein tem 150 milhões de clientes e vende roupas e acessórios em mais de 150 países com um modelo de produção sob demanda, em que os produtos são lançados com poucas unidades e produzidos em larga escala se as vendas ganharem tração. A empresa faturou US$ 22 bilhões no ano passado e foi avaliada em US$ 66 bilhões em maio, em uma rodada de captação que levantou US$ 2 bilhões.
Para o ItaúBBA, o anúncio tem dois lados: mostra a relevância e a importância das lojas físicas para um disruptor como a Shein, o que deve ser visto como positivo para as varejistas de moda brasileiras, mas ao mesmo tempo pode tornar o mercado interno ainda mais desafiador, caso a empresa anuncie um acordo semelhante com uma empresa local.
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Forever 21 e Shein no Brasil
Nos últimos anos, a Forever 21 passou por uma série de problemas, inclusive uma recuperação judicial nos Estados Unidos, até ser comprada pela Authentic Brands. A empresa tem atualmente 414 lojas nos EUA e mais 146 em outros países, segundo o The Wall Street Journal.
No Brasil, a rede de fast fashion entrou em 2017 com uma estratégia agressiva de abrir lojas “âncoras” em shoppings e vender roupas a preços baixos. Suas inaugurações eram marcadas por filas imensas de consumidores, mas a partir de 2020 a empresa passou a ser alvo de ações judiciais movidas por shoppings por atraso nos aluguéis.
Sem acordo com a Multiplan (MULT3), a Forever 21 primeiro fechou todas as suas lojas em shoppings como o Morumbi, o Vila Olímpia e o Anália Franco. No ano passado, fechou suas últimas unidades no país.
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Já a Shein tem investido pesado no Brasil, em meio à polêmica sobre a decisão do governo federal de isentar o imposto de importação para compras internacionais de até US$ 50. O país inclusive é um dos maiores mercados da empresa no mundo, ao lado dos EUA e da Europa.
O Brasil é também o primeiro país onde a Shein opera com um marketplace (3P), com sellers locais, e o segundo a fazer testes com produtores locais nas vendas da própria empresa (1P), depois da Turquia. “Temos um plano nacional para o Brasil, um plano de crescimento que vai acontecer”, afirmou Felipe Fleister, country manager da Shein durante palestra no maior evento de e-commerce Brasil, há um mês.
Fleister era head de business development da Shopee no país até maio de 2022, quando foi contratado pela Shein para liderar a sua operação brasileira. Desde então, a empresa saiu de apenas dez funcionários para 240 atualmente e já alugou mais de 215 mil m² em galpões logísticos de alto padrão em Guarulhos, próximo ao aeroporto internacional de Cumbica, para melhorar a sua logística.
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Detalhes do acordo
Sobre o acordo global desta quinta, o grupo Sparc afima que “a experiência incomparável em comércio eletrônico e o alcance global” da Shein vão fornecer “uma plataforma para expandir ainda mais suas marcas”. “Espera-se que a parceria expanda a distribuição da Forever 21 pelo grupo Sparc, agregando valor e variedade para a extensa base de clientes da Shein”.
O acordo também prevê que a varejista asiática testará “experiências focadas no cliente Shein em lojas da Forever 21 nos Estados Unidos, incluindo shop-in-shops [quando uma empresa vende seus produtos dentro das lojas de outra marca]”. Segundo a imprensa americana, a Shein pretende testar não só a venda em lojas físicas, mas também permitir que clientes façam devoluções nas unidades.
“Juntas, Shein e grupo Sparc planejam utilizar suas plataformas e conhecimentos complementares para acelerar a inovação de produtos, explorar novas estratégias de negócios, aprimorar as experiências dos clientes e aumentar suas presenças no mercado”, afirmaram as duas empresas no comunicado.
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Para o CEO da Shein, Donald Tang, “a poderosa combinação da liderança da Simon no varejo físico [shoppings], da experiência em desenvolvimento de marca da Authentic e do modelo sob demanda da Shein nos ajudarão a impulsionar um crescimento escalável”.
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