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Após anunciar a aquisição da fatia de 50% da Bunge na unidade de açúcar e etanol no Brasil, a BP afirmou que buscará avançar em novas oportunidades de biocombustíveis, o que inclui etanol avançado, combustível sustentável de aviação (SAF) e biogás, entre outros.
A empresa destacou ainda, em comentários enviados à Reuters, ser uma “plataforma de bioenergia escalável e com custo vantajoso”.
“Com a aquisição, queremos apoiar o crescimento do motor de bioenergia da BP. Buscaremos desbravar novas oportunidades de crescimento na região e desenvolver novas plataformas para a bioenergia, como o etanol da próxima geração, SAF/e-combustíveis e biogás”, destacou em nota à Reuters.
O acordo com a Bunge, anunciado na véspera, envolve US$ 1,4 bilhão.
A companhia é uma das maiores operações de açúcar e etanol do Brasil. Tem 11 usinas em cinco estados, com capacidade para processar 32 milhões de toneladas de cana-de-açúcar por safra.
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Na safra 2024/25, a empresa prevê processar entre 29,3 milhões e 30 milhões de toneladas de cana, o que seria um aumento na comparação com a safra anterior, quando o processamento atingiu 28,7 milhões de toneladas, apesar dos efeitos da seca que atingem o centro-sul do Brasil.
A unidade de bioenergia, que após a finalização do acordo com a Bunge será detida integralmente pela BP, tem capacidade de produzir 1,7 bilhão de litros de etanol por ano, enquanto é capaz de fabricar 1,7 milhão de toneladas de açúcar por ano, com potencial de 1,4 mil GWh de geração de energia/ano para exportação.
“Com a aquisição, nosso foco está em projetos-chave de produção de biocombustíveis que apoiarão o crescimento contínuo do negócio estratégico de bioenergia da BP, que inclui biocombustíveis e biogás”, afirmou a empresa, em nota.
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Segundo a BP, hoje o etanol é responsável pela maior parte do faturamento da companhia de bioenergia no Brasil.
Questionada se, sem a Bunge, poderá também expandir em açúcar, produto que vem sendo mais rentável do que o etanol nos últimos anos no Brasil, a BP não comentou.
No caso do etanol, ainda que no mercado interno atual brasileiro os ganhos sejam limitados, especialistas apontam perspectivas lucrativas no futuro, com a possibilidade de usar o combustível como matéria-prima para a produção de SAF, à medida que a aviação comercial tem metas globais para descarbonizar suas operações.
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Empresas como a Raízen, maior produtora global de açúcar e etanol de cana, estão investindo fortemente na produção de etanol de segunda geração, no momento para exportação, que paga um prêmio sobre o valor de mercado do combustível tradicional.
Nesta semana, a Raízen anunciou a realização da primeira exportação de etanol celulósico de segunda geração (E2G) produzido na unidade recém-inaugurada de Guariba (SP).
A carga, em um volume não especificado, teve como destino dois clientes da Europa, revelou o vice-presidente de Trading da Raízen, Paulo Côrte-Real Neves, após participar de um seminário. A companhia já exportou anteriormente etanol E2G da unidade Costa Pinto, de Piracicaba (SP), e tem planos de inaugurar outras duas plantas no segundo semestre.