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O São Paulo Futebol Clube anunciou, na quarta-feira (2), a criação de um fundo de investimentos em direitos creditórios (FIDC) para reestruturar parte de sua dívida, especialmente com os bancos. O movimento em direção ao mercado de capitais será acompanhado pela implementação de uma nova política de governança.
O veículo foi estruturado em parceria entre as gestoras Galapagos Capital, que possui mais de R$ 21 bilhões sob gestão, e OutField, especializada em estratégias e investimentos no esporte.
A ideia é que os créditos captados pelo fundo reduzam o custo financeiro atual e melhorem os prazos das dívidas do Tricolor junto aos bancos. Segundo o portal ge, o objetivo do fundo é captar R$ 240 milhões para pagar dívidas antigas e concentrar o novo passivo em um único credor.
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O balanço de 2023 publicado pelo clube aponta para uma dívida bancária de R$ 217,5 milhões concentrada em cinco instituições. Com o Bradesco, principal credor, eram R$ 78,6 milhões; R$ 49,1 milhões com o Banco Daycoval; R$ 30,37 milhões junto ao Banco Tricury; mais R$ 30 milhões entre conta corrente garantida e empréstimos com o Banco Rendimento; e R$ 29,4 milhões no BTG.
Os empréstimos para capital de giro registrados no balanço de 2023 têm, em sua maioria, prazo de vencimento para 2024 e 2025.
“O fundo é o instrumento que precisávamos para que o clube possa começar a sanar as dívidas atualmente existentes, que dificultam e atrapalham o fluxo de caixa, com juros altos e vencimento de curto prazo”, disse o presidente do São Paulo, Julio Casares.
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O fundo será composto por recebíveis relacionados a negociações de direitos de transmissão, naming rights e patrocínios. Ele contará com cotas seniores e subordinadas, detidas pelo próprio São Paulo, sendo que os detentores de cotas seniores terão garantias adicionais.
“Nos EUA, isso já é bastante comum, e agora vemos o futebol brasileiro indo pelo mesmo caminho. É preciso entender que, apesar do significativo aumento nas receitas, o alto endividamento dos clubes é um sinal claro de que é necessário buscar alternativas mais eficazes para a sustentabilidade financeira”, diz o sócio-fundador da OutField, Pedro Oliveira.
Em fevereiro deste ano, o Cruzeiro já havia estruturado um FIDC, liquidado quatro meses depois, pouco após a revenda do clube de Ronaldo para o empresário Pedro Lourenço. O fundo chegou a captar R$ 3 milhões na primeira emissão de cotas subordinadas júnior antes de uma nova captação ser descontinuada.
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Para 2024, o São Paulo já previa qualificar o perfil de sua dívida bancária para melhorar a disponibilidade de recursos para investimentos no futebol, segundo relatava seu balanço anual. “O fundo vai ajudar a melhorar a saúde financeira do São Paulo Futebol Clube, e os recursos que serão economizados poderão ser investidos em performance, ou seja, mais tempo e dinheiro focados no futebol”, diz o sócio da Galapagos Capital, Andrea Di Sarno.
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