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É consenso entre os agentes financeiros presentes na Agrishow deste ano que o mercado de crédito ao setor passa por um momento delicado. A queda dos preços de commodities como soja e milho, as margens mais apertadas no campo e os crescentes pedidos de recuperação judicial acenderam a luz amarela no mercado financeiro.
Contudo, não é incomum ouvir das lideranças do agro que, “se houver demanda, dinheiro não vai faltar”. Otimismo é a palavra de ordem desde bancos até montadoras de máquinas e implementos agrícolas.
O ingrediente novo deste ano é a cautela. O Santander tem a expectativa de desembolsar R$ 2 bilhões durante os cinco dias de Agrishow, feira realizada em Ribeirão Preto, no interior paulista. Esse é o mesmo valor de recursos liberado em 2023. Desse montante, 50% deve ser destinado para investimentos e a outra metade para linhas de curto prazo.
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“Não é um momento tranquilo do mercado. Neste ano as margens estão mais espremidas”, disse Ricardo França, superintendente-executivo de agronegócios do Santander, durante conversa com jornalistas no estande do banco na feira.
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O executivo afirmou que o banco tem procurado se antecipar a eventuais problemas de pagamentos. Em janeiro, começou uma análise de sua carteira de crédito ao agronegócio, olhando para os vencimentos previstos até junho.
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Segundo França, nesse processo renegociações foram realizadas com extensão de prazo por mais três anos. Além disso, o Santander tem buscado acelerar o processo de renovação de linhas de crédito para não atrapalhar o fluxo de caixa dos produtores.
As margens apertadas do setor produtivo e a cautela do produtor em tomar novas dívidas não parecem preocupar o Santander. Segundo França, é esperado que a carteira de crédito rural do banco cresça expressivos 30% em 2024. O banco encerrou 2023 com R$ 53,7 bilhões encarteirados.
Para fechar a conta, o segredo do Santander é aumentar a base de clientes. Mesmo que isso represente comprar a dívida de produtores junto a outros bancos, oferecendo taxas mais atrativas.
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Na Credicitrus, maior cooperativa de crédito do Brasil, o otimismo é um pouco maior. A expectativa é que sejam liberados R$ 400 milhões em operações durante a Agrishow, o que representa um crescimento de 15% em comparação ao ano passado. No entanto, já existem R$ 700 milhões pré-aprovados, caso a demanda resolva surpreender.
Segundo Walmir Segatto, CEO da Credicitrus, a carteira de crédito da cooperativa deve crescer 15% em 2024, apesar do cenário mais difícil. Em 2023, o montante chegou a R$ 6,9 bilhões.
O jornalista viajou à convite de um pool de empresas, organizado pela Mecânica Comunicação Estratégica.
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