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Embora, no momento, as atenções estejam concentradas nos reflexos negativos que o El Niño tem provocado sobre as lavouras de soja de Mato Grosso, no Rio Grande do Sul o fenômeno continua a permitir uma importante recuperação da produção de grãos nesta safra 2023/24, depois dos problemas gerados pelo La Niña no ciclo passado.
Puxados por soja, milho e arroz, o Rio Grande do Sul deverá colher 38,8 milhões de toneladas de grãos na temporada atual, segundo dados divulgados esta semana pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). Se confirmado, o volume será 40,8% superior ao de 2022/23.
Com isso, a participação gaúcha na produção brasileira de grãos voltará a crescer e chegará a 12,7%, ante apenas 8,6% na safra passada. O Rio Grande do Sul, assim, vai retomar a terceira posição entre os maiores Estados produtores do país, atrás apenas de Mato Grosso (89,6 milhões de toneladas) e do Paraná (43,2 milhões). Em 2022/23, foi superado também por Goiás e Mato Grosso do Sul.
Somados também Paraná e Santa Catarina, a colheita de grãos da região Sul deverá alcançar 89 milhões de toneladas em 2023/24, 10,3% mais que na temporada passada e volume equivalente a 29% do total nacional. Em 2022/23, com a quebra gaúcha, a fatia ficou em 25%.
O Centro-Oeste tende a representar, segundo a Conab, 47,5% do total em 2023/24, ante 50,8% no ciclo passado. Mesmo com uma colheita robusta, próxima de 90 milhões de toneladas, a queda em Mato Grosso na comparação com 2022/23 está calculada em 11,3%, e a quebra em relação às expectativas iniciais vem se confirmando como a maior da história no Estado.
Quebras em um Estado produtor importante costumam gerar alta de preços no mercado, que termina por beneficiar outros Estados que não sofreram. Dessa forma, a expectativa é que este seja um ano não só de recuperação do volume de produção no Rio Grande do Sul, mas também de renda para os produtores gaúchos.