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Rico demais? Bill Gates diz que abriria mão de 62% de sua fortuna em impostos

Fundador da Microsoft não vê de forma positiva o acúmulo de um nível tão grande de riqueza. Ele acredita na devolução desse dinheiro para a sociedade, na forma de doação ou impostos

Monique Lima

Bill Gates, co-presidente da Fundação Bill & Melinda Gates.  5/12/2023. (Foto: REUTERS / Stephanie Lecocq)
Bill Gates, co-presidente da Fundação Bill & Melinda Gates. 5/12/2023. (Foto: REUTERS / Stephanie Lecocq)

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A fortuna de Bill Gates era de US$ 138,6 bilhões (R$ 755,13 bilhões) nesta segunda-feira (30), segundo o ranking em tempo real da Forbes. O ex-CEO da Microsoft ocupava a sétima posição entre os homens mais ricos do mundo, mas durante 22 anos foi o número 1 disparado – o que ele não vê como algo positivo.

“É meio louco que tenhamos bilionários”, diz Gates. “É uma quantia alucinante de dinheiro quando se considera as necessidades de uma pessoa.” A opinião do bilionário é expressa no documentário “What’s Next? The Future with Bill Gates”, da Netflix, no episódio que explora a questão da desigualdade de renda no mundo.

“Não estou dizendo que é uma coisa horrível estar na lista [das pessoas mais ricas do mundo]. Estou apenas deixando claro que não é uma coisa positiva”, disse ele na série documental.

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Para o fundador da Microsoft, o mundo seria melhor se os bilionários optassem por doar suas fortunas voluntariamente – algo que ele faz há alguns anos.  

Por meio da Fundação Bill & Melinda Gates, criada em 2000, o bilionário e sua ex-esposa já doaram US$ 60 bilhões para projetos de saúde e de educação ao redor do planeta. Em 2024, os repasses somam cerca de US$ 9 bilhões.

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O ex-casal também são fundadores e signatários do The Giving Pledge (“A Promessa de Doação”, em português), um compromisso filantrópico das pessoas mais ricas do mundo doarem suas fortunas em vida para causas sociais comprometidas com redução da pobreza, ajuda a refugiados, saúde global, educação, pesquisa médica, sustentabilidade ambiental, entre outras.

Quando questionado diretamente pelo entrevistador se considerava ser “rico demais”, Bill Gates não respondeu nem que sim, nem que não, apenas afirmou que o ideal é que um montante tão grande de riqueza seja devolvido à sociedade, não “apenas consumido” com bens.

Outra forma de retorno financeiro pregada pelo fundador da Microsoft é por meio de pagamentos maiores de impostos. Desde 2019, Gates defende que “os ricos deveriam pagar mais [impostos] do que pagam atualmente”.

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Segundo a CNBC, no evento de lançamento da série da Netflix, o bilionário afirmou que sua proposta de sistema tributário para os Estados Unidos, focado nos mais ricos, diminuiria sua riqueza em 62%.

Gates afirmou ter tido uma conversa com o senador americano Bernie Sanders, conhecido por ideias progressistas. “[Sanders] tiraria 99% do que eu tenho. Minha proposta está em torno de reduzir 62%. É uma boa diferença”, afirmou, alegando ser mais flexível que o parlamentar.

O bilionário afirmou que não vê necessidade de “tornar ilegal” ser bilionário, mas que “estabeleceria taxas de impostos um pouco mais altas”.

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Gates ainda acredita no capitalismo como a base da economia mundial. Porém, ele afirma que o sistema econômico dos Estados Unidos junto com o sistema tributário se combinam de modo que criam injustiças sociais. “Algumas pessoas acabam com muito. Eu fui desproporcionalmente recompensado pelo trabalho que fiz”.

(Com agências internacionais)

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