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Receita com exportação de soja e derivados deverá cair 10% em 2024

Abiove prevê queda para US$ 61,1 bilhões, influenciada por preços menores e volumes mais baixos de farelo e óleo 

Fernando Lopes

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A tendência de queda de preços da soja em grão e seus principais derivados no mercado internacional e a redução dos volumes de embarques de farelo e óleo deverão resultar em recuo da receita das exportações brasileiras do segmento em 2024. Segundo a Abiove, entidade que representa as principais indústrias de óleos vegetais que atuam no país, o valor vai totalizar US$ 61,123 bilhões no ano que vem, quase 10% menos que o recorde estimado para 2023 (US$ 67,26 bilhões, 10,4% mais que em 2022).

O Brasil lidera as exportações globais de soja em grão, e para a matéria-prima a previsão é de receita de US$ 50,5 bilhões, com retração de 5,6% ante este ano. De acordo com o cenário traçado pela Abiove, que reúne gigantes como ADM, Amaggi, Bunge, Cargill, Cofco e Louis Dreyfus Company, o volume a ser vendido no exterior deverá se manter estável em 100 milhões de toneladas, mas o preço médio poderá cair de US$ 535 para US$ 505 por tonelada – em 2022, foram US$ 591.

Plantação de soja em Mato Grosso; Agronegócio
Plantação de soja em Mato Grosso (Foto: Paulo Fridman/Corbis via Getty Images)

Em boa medida, a redução de preços reflete uma relação confortável entre a oferta e a demanda mundiais, diretamente influenciada pelo grande crescimento da colheita no Brasil na safra 2022/23. A Abiove calcula a produção na temporada em 157,7 milhões de toneladas (novo recorde), 21,9% acima do volume do ciclo anterior, que foi prejudicado pela seca que afetou plantações na região Sul, principalmente. Para esta safra 2023/24, que está em fase de plantio, a entidade projeta 164,7 milhões.

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A Abiove prevê que o volume de grão processado para a produção de farelo e óleo subirá de 53,5 milhões de toneladas, em 2023, para 54 milhões no ano que vem. Mas os embarques de farelo deverão diminuir de 22 milhões para 21,5 milhões de toneladas na comparação, com preço médio de US$ 500 por tonelada, 1,6% inferior em igual comparação. Assim, a receita das exportações de farelo de soja deverá recuar de US$ 11 bilhões para US$ 8,815 bilhões.

No caso do óleo de soja, as perspectivas são de queda de 33% no volume das exportações em 2024, para 1,6 milhão de toneladas, por causa do aumento da demanda doméstica para a produção de biodiesel. O valor médio dos embarques deverá registrar leve baixa, para US$ 1.130 por tonelada, e a receita deverá chegar a US$ 1,808 bilhão, ante US$ 2,76 bilhões em 2023.

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Fernando Lopes

Cobriu o setor de energia e foi editor do semanário Gazeta Mercantil Latino-Americana até 2000. Foi editor de Agro no Valor Econômico até fevereiro de 2023