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re.green busca destravar recursos para a restauração de florestas

Foco está na geração e comercialização de créditos de carbono 

Alexandre Inacio

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Quando o assunto é financiamento a setores ainda novos ou pouco conhecidos pelo mercado financeiro, transpor as limitações da Faria Lima pode parecer uma missão hercúlea. Essa foi a incumbência dada à engenheira de produção Ana Luiza Squadri, nova CFO da re.green, empresa que trabalha na restauração de florestas tropicais para a geração e comercialização de créditos de carbono.

No cargo desde agosto, um dos principais desafios da executiva é ajudar a “catequizar” a Faria Lima a respeito das peculiaridades de sua área de atuação e destravar recursos, muitos dos quais já “carimbados” para projetos ambientais. Dentro de casa, o trabalho passa pela construção de todos os processos financeiros, típicos de uma startup.

Ana Luiza Squadri, nova CFO da re.green (foto: Divulgação)

“O que encontramos hoje são linhas tradicionais. O que precisamos é cunhar novos instrumentos para um setor que tem de tudo para ser um dos mais proeminentes da economia verde”, disse Ana Luiza ao IM Business. A meta da re.green é restaurar com mata nativa 1 milhão de hectares em áreas da Mata Atlântica e da Amazônia nos próximos 15 anos. Na prática, a empresa precisa converter em floresta o equivalente a 182 campos de futebol de pastagens degradadas, todos os dias.

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Por enquanto, a empresa chegou a 26 mil hectares, divididos em quatro fazendas. Duas estão localizadas no sul da Bahia, uma em Paragominas (PA) e outra em Maracaçumé (MA). Desse total, 50% das áreas já adquiridas são passíveis de restauração.

Até agora, os recursos utilizados para conduzir o projeto foram levantados junto a cinco investidores. Lanx Capital, BW Capital, Gávea, Principia Capital e Dynamo aportaram R$ 390 milhões em uma série A. “O aporte dos sócios é sempre importante, mas é fundamental trazer outros agentes para pulverizar o conhecimento sobre esse negócio”, afirmou a executiva.

Segundo ela, um dos grandes entraves para acessar recursos tradicionais do mercado financeiro está nas garantias oferecidas. Hoje, as fazendas adquiridas são oferecidas aos credores. Porém, áreas de floresta, o grande ativo desse negócio, não têm no mercado o mesmo valor que uma área de produção agrícola convencional.

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Outro desafio para projetos como o da re.green, de capital intensivo, é a criação de produtos que possam ser replicados e escalados dentro das próprias instituições. Para Ana Luiza, o interesse do mercado é genuíno, porém há que se construir instrumentos que viabilizem o segmento.

Para fazer seu negócio avançar, a re.green tem olhado tem dois caminhos. O primeiro passa pela Europa, onde o mercado de crédito de carbono está mais maduro e os instrumentos de financiamento se mostram mais disponíveis. O segundo é uma nova captação. Uma série B já está em estudo. 

“O capital europeu pode ser um caminho, mas temos uma grande agenda para criar esse espaço aqui no Brasil. Contudo, precisamos engajar muita gente”, diz Ana Luiza.

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Sobre o tamanho do cheque necessário para restaurar 1 milhão de hectares, a executiva é direta. “Depende. Uma restauração pode ser feita com R$ 2 mil ou R$ 20 mil por hectare. Depende do grau de reparo a ser feito. Dentro de uma mesma fazenda, é possível encontrar pontos completamente distintos, que exigem investimentos de tamanhos diferentes”, explica.

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