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Rafael Nadal, um dos maiores jogadores de tênis da história, disputou sua última partida profissional na última terça-feira (19), durante o duelo da Espanha contra a Holanda pela Copa Davis. O encerramento da carreira vem 19 anos após seu primeiro título de Grand Slam e 25 anos após a assinatura de seu primeiro patrocínio expressivo com a Nike.
O jogador, que se tornou célebre por sua atuação no saibro, mesmo contra adversários da estatura de Roger Federer e Novak Djokovic, é numericamente o segundo maior de todos os tempos, seja em números de Grand Slams, seja em premiação. Djokovic o supera com seus 22 títulos nos eventos mais importantes do tênis e os US$ 134,9 milhões recebidos em prêmios ao longo da carreira, uma marca que é a segunda maior da ATP, a Associação de Tenistas Profissionais.
Ainda assim, não foi só com prêmios que o “canhoto de Maiorca” engordou sua conta bancária ao longo dos anos. O atleta ganhou cerca de US$ 415 milhões em patrocínios, presença em eventos e outros negócios, totalizando US$ 550 milhões, de acordo com a Forbes. No entanto, o título de maior arrecadação de todos os tempos fica com Roger Federer, que lucrou US$ 1,1 bilhão ao longo de sua carreira. Djokovic, que continua na ativa aos 37 anos, se aproxima dos números de Nadal.
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Mesmo afastado das quadras, o tenista espanhol segue ganhando muito, de acordo com especialistas do setor, e arrecadou cerca de US$ 23 milhões no último ano. Nadal mantém patrocinadores fiéis e robustos, o que é atípico no esporte, onde atletas costumam trocar parceiros com frequência.
Dentre as parcerias duradouras que o espanhol mantém, além da Nike, está a relação profissional de quase 20 anos com a montadora de carros Kia e a fabricante de raquetes Babolat. A marca, há muito tempo, passou a ser conhecida como “a raquete do Nadal”, uma vez que o espanhol usa a desde os nove anos. O contrato oficial foi assinado em 2001, como seu primeiro contrato internacional.
Na moda, os principais parceiros são Richard Mille, de relógios de luxo, e Louis Vuitton. O tenista também faz propagandas para Infosys, Subway e Telefónica da Espanha. No seu país natal, Nadal é comparado à grandeza de astros como Ronaldo no Brasil ou LeBron James nos Estados Unidos, por exemplo.
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A rivalidade de Nadal com Federer ultrapassou as quadras e tornou o espanhol mais atraente para a publicidade. “Vamos começar com o óbvio: você me venceu – e muito. Mais do que eu consegui vencer você. Você me desafiou de uma forma que ninguém mais conseguiu”, disse Federer sobre Nadal, que leva vantagem na rivalidade com 24 vitórias contra 16 no confronto direto, em um texto de homenagem pela aposentadoria.
“Roger era mais a estrela clássica e elegante, e Rafa era mais o rival meio durão, com cabelo longo mediterrâneo, e acho que eles se complementavam muito bem,” diz Stuart Duguid, cofundador da agência de talentos Evolve, que representa estrelas atuais como Naomi Osaka e Nick Kyrgios, à Forbes. “Eu não acho que você teria a carreira de um sem a do outro, de muitas maneiras.”
Para as finanças de Nadal, seria interessante seguir acompanhando o rival e amigo Federer. O suíço continua com boas tacadas nos negócios e arrecada anualmente cerca de US$ 95 milhões, mantendo as parcerias que conquistou enquanto ainda jogava. Se, por um lado, a exposição e o apelo podem diminuir após a aposentadoria, por outro, a agenda livre também oferece mais oportunidades para faturamento.
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Com uma nova geração já apresentando talentos como Jannik Sinner e Carlos Alcaraz, Nadal deverá manter seu apelo para continuar em evidência. Outro desafio é se manter distante de erros de branding, como teria cometido ao se tornar embaixador da Federação de Tênis da Arábia Saudita. O espanhol foi criticado por participar do que fãs consideram uma campanha de “sportswashing”, uma tentativa de desviar a atenção de abusos de direitos humanos através do incentivo ao esporte no Oriente Médio.
Para além das quadras, o lado empresário já traz boas compensações para o atleta. Há anos, Nadal é dono de academias de tênis, nas quais inclusive os filhos de Federer já treinaram.
Entre seus negócios, está uma startup que ajuda jogadores de tênis amadores a reservar horários em quadras e está supostamente desenvolvendo imóveis residenciais de luxo na Costa del Sol da Espanha. O jogador também é proprietário de uma equipe de corrida de barcos elétricos na série E1 e de restaurantes Tatel, ao lado de Pau Gasol e Cristiano Ronaldo, e se associou no ano passado com a Meliá Hotels para criar uma marca de resort chamada Zel.
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