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Proprietário chinês dá calote e perde controle da Inter de Milão para gestora Oaktree

Nova dona do tradicional clube italiano é a gestora americana Oaktree Capital Management

Bloomberg

Bandeira FC Inter de Milão (OttavianoUrsu/FC Internazionale Milano/WikimediaCommons)
Bandeira FC Inter de Milão (OttavianoUrsu/FC Internazionale Milano/WikimediaCommons)

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A gestora Oaktree Capital Management assumiu o controle da Inter de Milão, tradicional clube de futebol da Itália e um dos mais relevantes do mundo, depois que seu proprietário, um conglomerado chinês, deixou de pagar um empréstimo.

Baseada nos Estados Unidos, a gestora assumiu o controle do clube nesta quarta-feira (22), depois de o conglomerado Suning Holding Group não pagar uma dívida de 395 milhões de euros (mais de R$ 2,2 bilhões), cuja garantia era uma participação majoritária na Inter.

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“Nosso foco inicial é a estabilidade operacional e financeira”, disse Alejandro Cano, diretor administrativo e codiretor para a Europa da estratégia de oportunidades globais da Oaktree, no comunicado. A gestora afirma estar comprometida com o sucesso de longo prazo do clube e reconhece suas responsabilidades para com os torcedores.

A Inter venceu a Serie A, principal liga italiana nesta temporada, e foi vice-campeã do torneio continental europeu UEFA Champions League, no ano passado.

Os novos proprietários do Inter parecem prestes a fazer mudanças na diretoria do clube, trazendo mais sócios italianos e europeus, segundo pessoas com conhecimento dos planos.

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A Oaktree, uma gestora de ativos de US$ 192 bilhões conhecida por investir em dívidas de alto risco, está em boa forma para adquirir clubes de futebol: fez isso com o problemático time francês Stade Malherbe Caen, em 2020, e desde então saiu de sua participação. O cofundador da Oaktree, Steve Kaplan, também é investidor do time galês Swansea City.

Essa não é a primeira vez que um credor assume a propriedade de um clube de futebol de Milão. Em 2018, a Elliott Management trocou a dívida do AC Milan por uma participação no clube depois que o proprietário anterior não cumpriu suas obrigações. 

No caso da Inter, a Suning estava em negociações com a Pacific Investment Management para refinanciar sua dívida nas últimas semanas, mas não conseguiu assinar um acordo antes do vencimento do empréstimo da Oaktree, ontem (21).

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A aquisição do Inter pela Suning em 2016 marcou o ponto alto do envolvimento chinês no futebol europeu. Vários magnatas chineses abraçaram o esforço do governo para transformar o futebol no país, comprando predominantemente participações em clubes famosos da Europa. No entanto, as dificuldades financeiras internas levaram à perda de posições em clubes como Aston Villa e Atlético de Madrid.

A Oaktree emprestou dinheiro à Suning em 2021 para ajudar a apoiar as finanças da Inter enquanto a pandemia mantinha os estádios fechados ao público. Documentos assinados na época e vistos pela Bloomberg News afirmavam que, após constatada a inadimplência, credores ou representantes agindo em seu nome tinham o direito “imediatamente e sem demanda, anúncio ou aviso de qualquer tipo” de fazer cumprir o compromisso concedido pela Suning, incluindo a apreensão de garantias, caso os reembolsos não fossem possíveis.

A Inter ainda tem alguns passivos pendentes, incluindo € 415 milhões em títulos de alto rendimento (high-yield bonds), vendidos a investidores institucionais e com vencimento no início de 2027. Essas notas são emitidas pela Inter Media and Communication SpA, uma unidade proprietária da transmissão e dos direitos de patrocínio do clube. O fluxo de caixa desses primeiros paga as obrigações aos detentores de títulos, antes de chegar ao resto do grupo.

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As notas de 6,75% da Inter Media, com vencimento em 2027, permaneceram pouco alteradas nesta quarta-feira (22), sendo negociadas a cerca de 98,6 centavos de euro, de acordo com dados compilados pela Bloomberg. 

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