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Preços globais dos alimentos fecharam 2023 no nível mais baixo desde 2020

Apesar do recuo, cotações dos cereais voltaram a subir após dois meses de queda, com preocupações sobre safra no Brasil

Alexandre Inacio

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Desde 2020, o mundo não via alimentos tão baratos. Os preços internacionais medidos pela FAO , agência da ONU para agricultura e alimentação, acumularam em 2023 uma queda de 13,7% em comparação ao ano anterior. Assim, a tendência de alta registrada desde o início da pandemia foi interrompida pela primeira vez.

A categoria de óleos vegetais foi a que mais contribuiu para a queda média dos alimentos no ano passado, recuando 32,7%. Na sequência aparecem os lácteos (-16,5%), cereais (-15,4%) e as carnes (-3,5%). O açúcar foi a única categoria que registrou valorização (26,7%) no ano passado.

O açúcar, aliás, atingiu em 2023 o patamar anual mais elevado da série histórica da FAO, aos 145 pontos. O ano passado foi o sexto consecutivo de valorização, resultado da queda na oferta mundial, gerada por problemas climáticos enfrentados pela Índia.

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Ainda que os preços internacionais dos alimentos tenham recuado em 2023, a FAO já identifica alguns movimentos que podem interromper essa tendência. Os cereais, por exemplo, começam a reagir aos efeitos climáticos provocados pelo El Niño no Brasil.

Em dezembro, os preços dos cereais interromperam dois meses consecutivos de queda e subiram 1,5%. Depois de quatro meses recuando, o trigo voltou a se valorizar. O mercado tem reagido às tensões que ainda permanecem na região do Mar Negro e também com os efeitos do clima sobre a logística em algumas exportadores.

O clima também tem influenciado os preços do  milho. A estiagem que atrasou o plantio da soja no Brasil e tem influenciado os rendimentos das lavouras no Centro-Oeste do país, fará com que a segunda safra do milho seja semeada fora da janela ideal, aumentando o risco de queda na produtividade.

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Mas não é apenas o milho que desperta atenção da FAO. Em dezembro, os preços do arroz no mercado internacional subiram 1,6% em comparação a novembro. A alta foi uma resposta ao aumento das importações de países na Ásia, aliada à uma queda na oferta da Índia e do Vietnã.

Os lácteos voltaram a subir, chegando ao terceiro mês consecutivo de valorização e ao patamar mais elevado desde julho do ano passado. A alta de dezembro foi liderada pelos ganhos registrados nas cotações da manteiga, leite em pó integral e também do queijo.

“Os preços internacionais [da manteiga e do queijo] subiram, sustentados pelas fortes vendas na Europa antes da época festiva, em contraste com uma contínua escassez de oferta no mercado”, diz a FAO

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