Conteúdo editorial apoiado por

Preços das carnes exportadas pelo Brasil continuaram em queda em janeiro

Em volume, embarques de carnes bovina e suína aumentaram no mês

Fernando Lopes

Publicidade

 

As exportações de carnes bovina, de frango e suína do país começaram o ano aquecidas em volume, mas, nos três casos, os preços médios dos cortes vendidos foram menores que há um ano. Essa tendência, em larga medida determinada pela pressão dos importadores da China, principal destino das proteínas brasileiras, deu o tom em boa parte do ano passado, e o fato de ainda não ter sido interrompida preocupa os frigoríficos, que normalmente têm nos embarques margens maiores que as obtidas no mercado doméstico.

CARNE BOVINA

Segundo dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex) compilados pela Associação Brasileira de Frigoríficos (Abrafrigo), as exportações de carne bovina (in natura e processada) alcançaram 183,8 mil toneladas e renderam US$ 930,6 milhões em janeiro. O volume cresceu 28% em relação ao mesmo mês de 2022, mas a receita subiu bem menos, 9,3%, uma vez que o valor médio da tonelada embarcada recuou 14,6%, para US$ 3.954.

De acordo com a Abrafrigo, as vendas para a China chegaram a 97,1 mil toneladas em janeiro, 3,1% menos na comparação anual, e a receita obtida pelos frigoríficos no país asiático caiu 11,9%, para US$ 427,4 milhões. Para o mercado dos EUA, segundo principal destino das exportações de carne bovina do Brasil, os embarques dispararam em volume e atingiram quase 50 mil toneladas (+225,9%), mas a receita também aumentou muito menos: 84,8%, para US$ 147,4 milhões.

CARNE DE FRANGO

Continua depois da publicidade

No caso da carne de frango, apontou a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), as exportações totalizaram 404,9 mil toneladas no mês passado, 3,8% menos que em janeiro de 2022 – mas ainda acima do patamar de 400 mil toneladas, considerado elevado -, e a receita diminuiu 20,2%, para US$ 683,6 milhões. A China reduziu suas compras em 36,2%, para 38,4 mil toneladas, e perdeu temporariamente espaço entre os principais destinos para o Japão, que importou 40,1 mil toneladas (+6,4%) e Emirados Árabes Unidos, com 38,7 mil toneladas (+7,5%).

“Apesar do quadro complexo em torno do Mar Vermelho, as nações do Oriente Médio seguem em destaque”, realçou Luís Rua, diretor de mercados da ABPA, em nota.

CARNE SUÍNA

Continua depois da publicidade

Ainda conforme os dados compilados pela ABPA, os embarques de carne suína somaram 99,6 mil toneladas em janeiro, 11,7% mais que no mesmo mês de 2022, e renderam US$ 199 milhões, uma queda de 6,3% na mesma comparação. Nesse segmento, a China comprou 23,1 mil toneladas, uma retração de 44,6%, mas seguiu como o principal país importador.

“Mas há uma diversificação nos destinos, com o estabelecimento de maior demanda em determinadas nações da Ásia. E também vimos países das Américas, como Chile e EUA, reforçarem suas compras”, disse Ricardo Santin, presidente da ABPA.