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Petrobras pode perder autossuficiência em petróleo em 10 anos, diz diretora

Em entrevista ao jornal "O Globo", Sylvia dos Anjos, diretora de exploração e produção, falou sobre urgência de descoberta de grandes volumes

Equipe InfoMoney

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A diretora de Exploração e Produção da Petrobras, Sylvia dos Anjos, alertou em entrevista ao jornal “O Globo” que o Brasil corre o risco de perder a autossuficiência em petróleo em menos de dez anos, sem descobertas de grandes volumes. Segundo ela, a produção do pré-sal, que responde por mais de 80% das reservas da estatal, começará a declinar a partir de 2029 ou 2030.

Dos Anjos defende a exploração da Margem Equatorial, região que se estende do Rio Grande do Norte à Colômbia, como medida crucial para evitar esse cenário. Ela argumenta que a região tem potencial para abrigar grandes reservas de petróleo, similarmente à Bacia de Campos, onde o pico de produção ocorreu em 2009. A Petrobras já encontrou petróleo em áreas da Margem Equatorial no Rio Grande do Norte, no Ceará e na Colômbia, além de ter perfurado mais de 60 poços na região.

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No entanto, o projeto enfrenta dificuldades para obter a licença ambiental do Ibama. A diretora afirma que a estatal tem se empenhado em atender às exigências do órgão, investindo em medidas de segurança e proteção ambiental, como a criação de centros de despetrolização de fauna em Belém e no Oiapoque.

A demora na liberação da licença tem gerado apreensão na Petrobras, que já investiu centenas de milhões de dólares na exploração da Margem Equatorial. Dos US$ 7,9 bilhões previstos para investimentos em exploração, mais de US$ 3 bilhões estão destinados à região.

Enquanto aguarda a decisão do Ibama, a estatal tem voltado suas atenções para outras áreas, como a Bacia de Pelotas, no Sul do país, e a África, onde surgem oportunidades promissoras. Sylvia dos Anjos destacou o interesse de países como África do Sul, Namíbia, Angola, Gana, Guiné, Congo, Mauritânia, Moçambique e Tanzânia em atrair investimentos da Petrobras.

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A diretora ressaltou ainda que a alta do dólar, cotado a R$ 6, impactará o resultado financeiro da Petrobras no trimestre, mas não prejudicará os projetos em andamento.