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Enquanto Petz e Cobasi avançam nas tratativas para uma combinação de negócios, um concorrente reforça sua estratégia para se diferenciar das megavarejistas. Com expansão apoiada em franquias e na conversão de pet shops de bairro, a Petland parece não se intimidar pelas recentes movimentações do mercado. Segue apostando no modelo de proximidade, com lojas de porte menor e focadas em prestação de serviços, como banho e tosa.
“O cliente compra na megaloja por percepção de preço, tem a questão de variedade e a certeza de que ele vai ter onde estacionar o carro. Mas esse mesmo cliente vai na loja de bairro, porque quer ser atendido por alguém que conheça o pet pelo nome”, afirmou Rodrigo Albuquerque, CEO da Petland Brasil ao IM Business. “As megalojas têm um negócio de transação. As de bairro, um negócio de relação. E não tem certo e errado, são diferentes”.
Ele acredita que o varejo de bairro ganhou protagonismo na pandemia de Covid-19 e diz que, nos dias de hoje, a loja precisa ir até o cliente, não o contrário. “O bairro ganhou vida própria porque as capitais têm um desafio de deslocamento enorme”.
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Fusão na contramão
O executivo avalia que a fusão entre Petz e Cobasi vai na contramão de uma tendência global ao somar duas empresas que operam estruturas gigantescas. “O e-commerce já faz a função que aquela ‘lojona’ fazia”, diz. Na média, as lojas da Petland têm 150 metros quadrados de área. Algumas megalojas de Petz e Cobasi ultrapassam os 3 mil metros quadrados.
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“Somos o Pão de Açúcar Minuto e eles, o Atacadão”, brinca Albuquerque, fazendo referência às lojas de proximidade do GPA e o cash and carry do Carrefour.
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Recentemente, a Petland anunciou o lançamento de lojas Eco Box, construídas a partir de material reciclado. As unidades têm 24 metros quadrados e 90% das receitas baseadas em serviços. O custo de abertura para o empreendedor equivale a menos da metade do investimento em uma loja convencional da Petland. A empresa tem a intenção de abrir 30 nesse formato em 2024.
A Petland é uma rede dos Estados Unidos trazida ao Brasil por Rodrigo Albuquerque em 2014. A primeira loja foi aberta no bairro da Mooca, na zona leste de São Paulo. Atualmente, são 160 unidades, em 88 cidades e 17 estados, além do Distrito Federal. As lojas de bairros convertidas equivalem à metade da rede.
Hoje, o vínculo com a matriz americana é “apenas sobre uso de nome”, explica o CEO. “Já temos mais lojas do que eles lá nos Estados Unidos”.
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Critérios mais rigorosos
O número de lojas deu um salto em 2022, quando a Petland abriu 78 unidades no Brasil. No ano passado, foram mais 28. E para 2024, a previsão é abrir de 10 a 15. “A nossa barra de critério subiu. Este ano, negamos várias franquias, tanto lojas novas quanto conversões. No momento estamos olhando mais para qualidade e menos para um crescimento ‘maluco’”, afirma Albuquerque. “O momento é de reestruturação, para em 2025 acelerar de novo”. A empresa diz que é razoável pensar em um target de mil lojas nos próximos anos.
A Petland Brasil não abre o seu faturamento, mas, segundo o CEO, a receita cresceu quatro vezes entre 2021 e 2023. Para o executivo, a fusão Petz e Cobasi não deve representar concorrência relevante em serviços, ao menos no curto prazo.
“Eles vão ter muito trabalho para capturar as sinergias que o negócio pode proporcionar – e são duas empresas enormes. Acredito que, pelos próximos dois anos, vão se distanciar de serviços e lojas de bairro, o que, para nós, é ótimo. É onde está a maior fatia do mercado e não tem ninguém olhando”, conclui Albuquerque.
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