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Patrocinar eventos vai além de uma ação pontual: tornou-se parte central das estratégias de marketing e posicionamento de grandes marcas.O vínculo entre patrocinador e evento é tão forte que os valores e atributos de um se transferem para o outro. Por isso, a escolha de eventos que adotam práticas sustentáveis e responsáveis é cada vez mais relevante, especialmente no que se refere a aspectos ESG (ambientais, sociais e de governança).
São ações que vão desde a utilização de materiais recicláveis e compensação de emissões de carbono até a promoção de acessibilidade e diversidade, ajudando a minimizar o impacto ambiental, promover a inclusão social e garantir transparência nas operações.
Apesar dessas pautas já serem recorrentes, na hora das empresas escolherem um evento para apoiar ou patrocinar, muitas delas esquecem de incluir nesse checklist uma peça fundamental para essa cadeia responsável: o respeito aos direitos autorais musicais.
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O direito autoral garante que compositores, intérpretes e músicos sejam reconhecidos e remunerados pelo uso de suas obras onde há execução pública de músicas, incluindo aí os eventos. No Brasil, cabe ao Ecad (Escritório Central de Arrecadação e Distribuição) coletar e distribuir esses valores para artistas e criadores.
Réveillon e planejamento 2025
A proximidade do final do ano e das festas de Réveillon é uma grande oportunidade para as marcas se assegurarem de estar atreladas a eventos com os direitos autorais em dia, garantindo assim uma boa reputação. Outra possibilidade é aproveitar o momento de planejamento para 2025 e discutir como a marca de sua empresa pretende se posicionar em relação à sustentabilidade da cadeia musical e garantir mais valor à própria imagem.
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O papel do Ecad
O Ecad é uma instituição privada e sem fins lucrativos administrada por sete associações (Abramus, Amar, Assim, Sbacem, Sicam, Socinpro e UBC) que representam os profissionais da música. Com um banco de dados com mais de 21 milhões de obras, a entidade desempenha um papel essencial na sustentabilidade da cadeia musical. Apesar disso, desafios ainda persistem.
A responsabilidade das marcas patrocinadoras
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A Lei de Direitos Autorais brasileira (9.610/98) define que o promotor do evento é responsável pelo pagamento do direito autoral pela execução pública de músicas. Por isso que, ao patrocinar um evento, as empresas devem ser um parceiro estratégico fundamental para essa missão, garantindo que os organizadores estejam em conformidade com a lei de direitos autorais. Um cuidado que vai além de evitar problemas jurídicos: reforça o compromisso da marca com a sustentabilidade do mercado musical, valorizando os compositores e suas obras.
Como explica Marcello Nascimento, gerente executivo de Arrecadação do Ecad: “O direito autoral é lei e deve ser respeitado em qualquer evento com execução pública de música. Marcas patrocinadoras têm um papel transformador ao incentivar a regularidade e valorizar os profissionais da música.”
O Ecad recomenda que as empresas incluam a verificação dos direitos autorais no processo de aprovação de patrocínios e também nos relatórios de sustentabilidade. Essa prática assegura que marcas não se associem a eventos irregulares, protegendo sua reputação e ampliando seu impacto positivo na sociedade.
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Nascimento conclui: “As festas de fim de ano também representam um período importante para muitos profissionais da música que dependem da renda de direitos autorais. Em 2024, o Ecad espera arrecadar cerca de R$ 28 milhões apenas com esses eventos”.
Ferramentas para as empresas
Para orientar patrocinadores, o Ecad lançou um guia prático sobre como integrar o respeito aos direitos autorais às estratégias ESG. O documento explica o que as empresas devem observar ao apoiar eventos e destaca o impacto positivo dessa prática para a cadeia musical.