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Passageiros estão mais atentos ao modelo do avião ao comprar bilhetes, diz pesquisa

Segundo o estudo, cenário que pode impactar especialmente a Boeing, cujas aeronaves se envolveram em incidentes nos últimos anos

Maria Luiza Dourado

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Passageiros prestando mais atenção no modelo do avião que vão embarcar antes de comprar a passagem de um voo, devido a notícias recentes de incidentes envolvendo aeronaves e companhias aéreas — um cenário que pode impactar especialmente a Boeing. É o que mostra uma pesquisa da empresa de análise digital Quantum Metric, veiculada pela CNBC.

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Segundo o levantamento feito nos Estados Unidos em junho de 2024, um em cada cinco viajantes, ou 20%, afirma estar pesquisando mais sobre o avião em que pretende voar antes de reservar o voo, enquanto 22% admitiram estar limitando viagens aéreas pelo resto do ano. Mais da metade, ou 55%, dos respondentes disseram que mudaram a maneira de comprar voos.

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Danielle Harvey, vice-presidente global e chefe de estratégia de viagens e hospitalidade da Quantum Metric, afirmou à CNBC que os passageiros estão fazendo mais pesquisas “para entender e potencialmente evitar aeronaves Boeing”.

Após dois aviões Boeing 737 Max caírem em um período de seis meses em 2018 e 2019, buscadores de voos, como Kayak e Alternative Airlines, adicionarão filtros por aeronave às suas plataformas, segundo a CNBC. Os acidentes, que mataram 346 pessoas, marcam um ponto de ruptura na relação dos consumidores com modelos de avião, segundo Danielle Harvey.

Aviões mais seguros

O medo dos passageiros, apesar de ser explicado pelo noticiário recente sobre acidentes aéreos, não é justificado por números. Arnold Barnett, professor de estatística no Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT, na sigla em inglês) e coautor de um artigo de pesquisa sobre os riscos dos voos comerciais, afirma que o risco de morrer em um voo comercial globalmente melhorou de 1 a cada 350 mil embarques entre 1968 e 1977 para 1 a cada 13,7 milhões de embarques de passageiros entre 2018 e 2022.

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Aéreas de baixo custo

Ainda de acordo com o levantamento da Quantum Metric, 13% dos entrevistados admitiram estar evitando companhias aéreas de baixo custo para se sentirem mais seguros ao voar — um posicionamento que não faz sentido para Brendan Sobie, analista de aviação independente e fundador da Sobie Aviation, que afirma que as aéreas de baixo custo operam mais aviões da Airbus do que da Boeing.

Maria Luiza Dourado

Repórter de Finanças do InfoMoney. É formada pela Cásper Líbero e possui especialização em Economia pela Fipe - Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas.