Publicidade
A possibilidade de mudança na correção do FGTS, que tem mexido diretamente nos preços das ações de construtoras, não consta do cenário da Tenda. Rodrigo Osmo, CEO da empresa, afirma que mudar o indexador do fundo seria “traumático” e eliminaria o acesso de famílias de renda mais baixa ao Minha Casa Minha Vida. “Nossa hipótese de trabalho é de que haverá uma solução. Quando algo é muito drástico, a probabilidade disso acontecer deveria ser muito pequena”, diz.
O STF adiou para o dia 8 de novembro o julgamento sobre a troca do atual indexador do do FGTS (TR + 3% ao ano) para um índice de inflação ou para o equivalente à remuneração da poupança. Até aqui, dois ministros já se manifestaram a favor da mudança. Se aprovada, a nova regra tornaria mais elevados os custos dos programas habitacionais que têm o FGTS como funding, caso do Minha Casa Minha Vida. Na visão de Osmo, o programa federal ficaria inviável.
“O risco em questão é para o Minha Casa Minha Vida, em especial para a faixa das famílias de menor poder aquisitivo, que representa 75% do programa”, afirma. Osmo viu como positiva a decisão do presidente do STF, Luis Roberto Barroso, de interromper o julgamento. “Nossa crença é que o governo tenha conseguido sensibilizar o STF para a questão”, prossegue.
A Tenda está entre as empresas mais expostas à questão, uma vez que tem hoje 100% dos seus projetos destinados ao programa MCMV. Desses, 60% estão voltados para a faixa 1, para famílias com renda de até R$ 2.640,00.
A apreensão que a votação no STF provoca no setor, no entanto, nem de longe leva a empresa a mudar essa estratégia, afirma Osmo. Para o CEO da Tenda, o risco político para o programa hoje é muito menor do que era há dez anos. Em sua visão, o MCMV já passou pelo teste de fogo quando mesmo governos mais liberais mantiveram o programa. “Todo o espectro político aplaudiu o Minha Casa Minha Vida”, conclui.
You must be logged in to post a comment.