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Inserida em um mercado que movimenta bilhões de dólares e cresce em ritmo de dois dígitos por ano, a Medsystems, especializada em importação e venda de equipamentos para clínicas de estética de alto padrão, tem um ambicioso plano de expansão para os próximos dois anos. A empresa, que prepara terreno para uma listagem na Bolsa, acaba de comprar a Aeskins Pharmaceutical, uma novata no segmento de preenchedores injetáveis. E esta deve ser a primeira de uma série de aquisições que a companhia pretende fazer.
A consultoria americana Grand View Research avaliou o mercado global de medicina estética em US$ 127,1 bilhões (R$ 632 bilhões) em 2023, e projeta crescimento anual médio de 15% para o segmento até 2030.
“A pandemia causou uma expansão grande do consumo estético, e acreditamos que viveremos uma segunda onda de crescimento. As pessoas estão entrando mais cedo e saindo mais tarde desse mercado”, afirma Denis Regis, CEO da Medsystems ao IM Business.
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Com fornecedores na Coreia, Israel, Itália, Alemanha e Estados Unidos, a Medsystems tem mais de 70 tecnologias em seu portfólio, entre aparelhos de ultrassom, radiofrequência, laser e criolipólise. O tíquete médio dos equipamentos é elevado: varia de R$ 200 mil a R$ 1,3 milhão. “Não é um mercado simples. Existe um desafio de capital, mas há também geração de confiança, o que nos habilita a ter outras intersecções dentro do segmento”.
A Medsystems faturou R$ 830 milhões em 2023 e foi a maior responsável pela receita de R$ 1 bilhão registrada por sua holding, a JL Health, no ano. O faturamento do grupo praticamente dobrou em relação a 2022, e a meta, agora, é duplicar o resultado novamente em dois anos, com crescimento orgânico e via aquisições.
Oferta combinada
A Aeskins foi a primeira compra da companhia após um aporte de R$ 225 milhões da XP Asset Management na JL Health, anunciado em março do ano passado. A empresa surgiu em 2021, e apesar do pouco tempo no mercado fechou 2023 com receita de R$ 20 milhões. A Aeskins é representante oficial no Brasil da linha Sofiderm, de preenchedores faciais e corporais à base de ácido hialurônico.
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O potencial de demanda por esses produtos foi o que chamou a atenção da Medsystems. Mesmo com uma marca bem avaliada em artigos científicos, a Aeskins estava com dificuldades para ganhar escala em um mercado dominado por farmacêuticas internacionais, e tinha limitação de capital para investir.
A estratégia da Medsystems é aproveitar a base de clientes que a empresa já possui para oferecer opções de negócios combinados e levar a Aeskins a um novo patamar. “Acreditamos que o grande diferencial é combinar tecnologia com o preenchedor, coisa que os fornecedores de injetáveis, hoje, não realizam”, afirma Regis.
A Medsystems já está sondando novas aquisições e tem 20 empresas em seu pipeline. Depois dos injetáveis, a companhia quer ingressar no segmento de dermocosméticos. “Nossa expectativa é realizar mais três operações este ano, expandindo a oferta [de produtos], e fazer com que 2025 seja um ano de consolidação desse mercado”, afirma o executivo.
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Segundo Regis, a Medsystems é uma empresa sem alavancagem financeira e com fôlego para fazer aquisições com capital próprio. “A própria operação viabiliza as compras. […] Se fizermos uma aquisição grande, consumimos todo o caixa e teríamos que fazer uma captação. Se pegarmos duas, três pequenas, fazemos com caixa próprio”.
De olho no IPO
O CEO diz que a Medsystems é candidata aa mercado de capitais e se organiza internamente para realizar uma oferta pública de ações (IPO) no futuro. A empresa contratou a auditoria de uma das “big four” e apostou na profissionalização das áreas de operações e finanças.
“Acreditamos no tamanho e na rentabilidade da companhia. Nos últimos sete anos, tivemos constância de margem bruta e margem Ebitda. Isso, para nós, traz muita segurança de que este é um caminho possível”, diz Regis.
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No entanto, a empresa ainda não vê janela para abrir capital e espera um momento mais oportuno para seguir com a operação.
A aquisição de uma fábrica para produção de componentes e montagem de aparelhos também está nos planos. Este ano a empresa vai comercializar a primeira linha de equipamentos com o selo Medsystems. “É um equipamento importado, mas com protocolos desenvolvidos dentro da companhia e que também pode ser montado no Brasil. E aí entra um desejo de ter uma fábrica própria”, conclui Regis.
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