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Os bloquinhos coloridos de montar que aterrorizam pais e mães que andam descalços em casa reinou, incontestavelmente e durante muitos anos, como a marca mais valiosa da Dinamarca.
Mas agora, com a ascensão da Novo Nordisk (N1VO34), puxada pelo medicamento para perda de peso que virou fenômeno mundial, a dianteira do Lego está ameaçada.
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Durante nove anos, o primeiro lugar em valor de mercado no país nórdico foi da fabricante de brinquedos. Os dados são levantados e organizados pela consultoria internacional Brand Finance, que avalia o valor de mercado de grandes companhias.
De acordo com os dados divulgados, o valor da marca Lego cresceu 3% no ano passado e chegou a cerca de US$ 8 bilhões. Contudo, a Novo Nordisk, embora esteja avaliada em cerca de US$ 5,1 bilhões, passou por um salto de 59%.
A procura massiva por semaglutida levou à escassez de fornecimento de Wegovy e Ozempic, ao mesmo tempo que aumentou dramaticamente o conhecimento da marca Novo Nordisk, segundo o relatório.
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Agora, de acordo com David Haigh, CEO da Brand Finance, com um crescimento de vendas projetado de 19-24% para 2024, a farmacêutica deve expandir a produção e, ao mesmo tempo, posicionar estrategicamente a sua marca para se manter à frente dos concorrentes emergentes. “Se a Novo Nordisk gerir bem a sua marca e, ao mesmo tempo, conseguir honrar a demanda, poderá ultrapassar a Lego no ranking de 2025, bloqueando a fabricante de brinquedos de um reinado de uma década como a marca mais valiosa da Dinamarca.”
Mais valiosa da Europa
A Novo Nordisk tornou-se, no ano passado, a empresa mais valiosa da Europa em valor de mercado, impulsionada pelas fortes vendas dos seus medicamentos Ozempic e Wegovy. A empresa cresceu tanto que o seu sucesso tem um impacto mensurável na Dinamarca a nível macroeconômico, afetando as taxas de juro, a moeda e os níveis de emprego. Em 2023, a economia do país nórdico expandiu 1,9%, mas teria estagnado sem esse crescimento.
Leia também: Como o Ozempic está transformando uma pequena cidade da Dinamarca
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Mesmo assim, as duas empresas dinamarquesas ainda estão significativamente abaixo da Apple (AAPL34) e da NVidia (NVDC34) que rondam a marca de US$ 3 trilhões e são, com isso, as mais valiosa do mundo.
As armas da Lego
Muitas das companhias de “um produto só” enfrentam dificuldades para continuar atraindo o público. E com a dinamarquesa não foi diferente. Com mais de 70 anos hoje, a Lego chegou à beira da falência no começo dos anos 2000, mas conseguiu reverter o problema de fluxo de caixa e de logística e retomar o crescimento.
No ano passado, a empresa cresceu 2% enquanto o mercado de brinquedos caiu 7% no mundo e suas vendas ficaram um pouco atrás da soma entre Mattel e Hasbro – a segunda e terceira colocada.
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Mas, enquanto as empresas de brinquedos sofrem com a queda da taxa de natalidade, que reduz seu mercado consumidor, a Lego mantém uma base fiel de clientes adultos, que ganham até um nome próprio – Afols, um acrônimo para Adult Fan of Lego (fã adulto da Lego, em tradução livre). Esses fãs formam a base de um mercado que topa pagar mais de US$ 800 em kits intrincados que contenham artigos vintage, como as naves e personagens de Star Wars.
A companhia, que permanece sob a tutela da família fundadora – e não tem planos de IPO – possui uma parceria com a empresa Merlin Entertainment para a manutenção dos parques temáticos Legoland.
(Com informações da Bloomberg)
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