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Conhecido por ter negócios em segmentos distintos, o empresário Leonardo Nobre era avesso à ideia de investir no setor de saúde. Tudo mudou ao pesquisar sobre o mercado de implante capilar, quando viu uma oportunidade para desbravar algo novo no país. Em 2019, ele fundou a rede de clínicas Mais Cabello, voltada a transplantes e tratamentos capilares e prevenção da saúde no couro cabeludo.
O que começou com uma operação simples, no Rio de Janeiro, ganhou proporção nacional em ritmo acelerado. Com 38 unidades e mais de 500 funcionários, a empresa pretende ultrapassar a marca dos R$ 200 milhões em faturamento em 2024, dobrando a receita em relação ao ano passado.
Diante de um mercado pulverizado e concentrado em poucas clínicas, a Mais Cabello, nas palavras de seu fundador, surgiu para “democratizar” o acesso do brasileiro a transplantes capilares para pacientes que sofrem com diferentes graus de calvície. “O Brasil estava numa linha completamente errada em relação a transplantes e eu vi uma oportunidade de negócio ali”, diz Nobre, que mora em Portugal, onde investe no setor imobiliário e adquiriu um laboratório de medicamentos. “Antigamente, esse tipo de procedimento no Brasil era tão caro que tinha excursões para a Turquia para fazer o transplante capilar lá. Hoje, a tendência é o tratamento de prevenção.”
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Malvino Salvador: primeira franquia em Manaus
Assim que o negócio começou a ganhar tração, em 2020, Nobre decidiu procurar sócios para acelerar a expansão. Nesse sentido, resolveu se aproximar do ator Malvino Salvador, figura conhecida das telenovelas da Rede Globo. Como ele estava à procura de uma clínica para o tratamento preventivo contra a calvície, o timing foi perfeito. O ator, que é sócio da rede de academias de jiu-jitsu Gracie Kore, viu uma chance de diversificar seus rendimentos e resolveu se debruçar no dia a dia da Mais Cabello. “Passei uma semana indo à clínica da Barra da Tijuca e falando com o diretor-financeiro da unidade para entender o dia a dia do negócio e o cuidado com os pacientes. Vi que era uma marca séria e que o propósito do projeto era muito legal”, conta Salvador ao InfoMoney.
Hoje, o ator é sócio minoritário da holding que controla a Mais Cabello e decidiu investir cerca de R$ 750 mil em uma primeira franquia sua, em Manaus, no ano passado. A escolha pela cidade se deu por ser manauara. “Estou estudando ponto para abrir em Belém e Vitória, que estão na minha zona de prioridade”, afirma Salvador, que já foi sócio de cervejaria artesanal, grife de moda e está prestes a lançar um negócio no ramo de alimentação saudável. “Eu estou diversificando. Hoje, tenho um olhar empreendedor muito mais aguçado e estou mais preparado para ser assertivo nas minhas investidas.”
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A técnica adotada para os processos de implante na empresa é conhecida como FUE. O método consiste na retirada de unidades foliculares, uma a uma, de uma área doadora (geralmente próximo à nuca) para ser transplantada para área afetada pela calvície sem deixar cicatrizes. Nobre, o fundador da empresa, conta que os procedimentos de transplante têm como público-alvo os homens: cerca de 90% dos consumidores são do público masculino. Além de tratar a calvície, muitos clientes usam os métodos da empresa, por exemplo, para ter barba. “Nós estamos em tudo que é ligado ao cabelo hoje. E isso muda a vida das pessoas, traz autoestima”, diz Nobre.
O investimento em uma franquia da marca com clínica para transplantes gira entre R$ 600 mil e R$ 1 milhão. Já a nova vertente, voltada somente ao tratamento capilar, demanda um aporte entre R$ 200 mil e R$ 400 mil. “Hoje, 20% do nosso faturamento vem do tratamento capilar”, revela Nobre. Essa receita vem de uma linha com mais de 40 produtos dentre os quais estão xampus, cremes e óleos.
Deborah Secco: sócia e cliente
Além de Salvador, Nobre atraiu a atriz Deborah Secco para operação em 2022. Amiga de infância do empresário, Secco também é sócia da franquia de brechós Peça Rara e foi determinante no desenho da linha de produtos para tratamento da empresa. “Tenho uma doença chamada alopecia androgenética, que não tem cura, mas tem tratamento. Sou atriz há 36 anos e, num determinado momento da carreira, comecei a querer me associar a empresas com as quais eu me identificasse”, afirmou ela ao InfoMoney. “Eu sou, talvez, a pessoa que mais use o tratamento da Mais Cabello. A minha profissão tem essa demanda, porque a gente se transforma muito e acaba mexendo muito no cabelo, o que estraga os fios [de cabelo].”
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Se o implante capilar da empresa é mais usado por homens, no tratamento a lógica se inverte: o público-alvo é o feminino. “A minha dermatologista sempre fala: ‘tem que tratar enquanto há tempo’. Enquanto tem o folículo ali, o cabelo tem salvação. Depois que o folículo morre, não adianta mais chorar o leite derramado”, afirma a atriz e sócia-minoritária da Mais Cabello.
Planos para o futuro
Para o futuro, o fundador da marca revela que está em negociações com fundos de investimentos para possivelmente vender uma fatia do negócio. A intenção, com isso, seria ter fôlego para fazer uma expansão mais agressiva e, talvez, adquirir concorrentes. “A gente não tem intenção de sair do negócio. Seria algo para impulsionar o que a gente vê para o futuro do projeto”, diz Nobre. Com o sonho de chegar a 100 unidades nos próximos anos, ele também vê espaço para levar a empresa para fora do país: Portugal e Estados Unidos seriam as prioridades. “Tivemos sondagem para abertura nos Estados Unidos, mas como o Brasil é muito grande, ainda estamos focados aqui.”
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