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O que a Eletrobras tem a ganhar com a incorporação de Furnas

Incorporação de subsidiária é caminho para ampliar a eficiência da empresa e gerar maior competitividade ante rivais, segundo especialistas

Felipe Mendes

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A incorporação de Furnas pela Eletrobras, aprovada em assembleia geral extraordinária (AGE) na última quinta-feira (11), tem como principal finalidade a busca por uma maior eficiência da empresa. Para alguns especialistas ouvidos pelo IM Business, a unificação dos ativos, que já estava programada para acontecer há alguns meses, deve aliviar significativamente o custo administrativo da operação, com a redução de tributos e cargos duplicados na estrutura organizacional.

“A privatização da empresa começa a dar resultado, permitindo que ela tenha uma redução brutal de custo e que possa pegar esse dinheiro para investir mais no business dela, que são as linhas de transmissão e a geração de energia, melhorando a qualidade da prestação dos serviços”, afirma Adriano Pires, diretor do Centro Brasileiro de Infraestrutura (CBIE).

Estima-se, segundo duas fontes ligadas à empresa consultadas pela reportagem, que o ganho fiscal com a manobra será de aproximadamente R$ 2 bilhões ao ano.

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“A incorporação de Furnas estava desenhada há algum tempo. As empresas estavam operando desde o ano passado no mesmo prédio no Rio de Janeiro. No fim, não fazia sentido em manter dois presidentes, dois diretores financeiros etc.”, diz uma dessas fontes que prefere não ser identificada. “Há uma racionalização administrativa na unificação de comando, especialmente porque as duas estão operando administrativamente no mesmo lugar.”

A unificação das operações regionais na holding da Eletrobras também pode ser vista como uma forma de se aumentar a integração entre as subsidiárias, evitando assim interesses políticos regionais e aumentando a possibilidade de competição com suas rivais. “Hoje, esse modelo de estrutura regionalizado acaba sendo redundante. Pode ter tido valor no momento da criação há décadas, mas não faz mais sentido por conta da qualidade de sistemas que a companhia tem atualmente. Você não vê a Engie, por exemplo, com uma Engie Sul e uma Engie Nordeste”, complementa essa fonte.

Pires vê na incorporação uma espécie de blindagem de Furnas, já que a operação era muito cobiçada por partidos políticos, sobretudo em Minas Gerais. “Com a privatização, essa coisa de usar a empresa para fins políticos vai acabar. As subsidiárias da Eletrobras, como a Chesf, a Eletronorte e Furnas, sempre foram alvo dos políticos, que queriam indicar diretores e presidentes, e dar emprego para uma ‘porrada’ de gente por critério político com intuito de ganhar votos”, aponta Pires.

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Hoje, Furnas está presente em 15 estados e no Distrito Federal e opera um sistema robusto, que totaliza 13,7 mil megawatts (MW) de capacidade instalada de geração, respondendo por cerca de 31% da capacidade de geração da Eletrobras, empresa líder em transmissão de energia elétrica no país, com 38,49% do total das linhas de transmissão.

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