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O plano do Bob’s para ir além do milk shake, abrir 120 lojas e faturar R$ 1,5 bi

Primeira rede de fast food do Brasil criou estratégia para atrair franqueados paulistas e crescer em São Paulo

Michele Loureiro

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Para crescer 7% e alcançar faturamento de R$ 1,5 bilhão em 2024, o Bob’s pretende abrir 120 unidades até o final do ano e prepara um plano para atrair investidores paulistas interessados em franquias da marca. A estratégia da primeira rede de fast food do Brasil também inclui a ampliação no varejo, com vendas de molhos em atacarejos, supermercados e empórios, além de atualizar o cardápio para ir além do tradicional milk shake.

Fundado no Rio de Janeiro há 72 anos, o Bob’s possui 1.045 lojas em 250 municípios do país. O modelo de franquia, que completa 40 anos em 2024, é o foco central da companhia – e apenas 10% das lojas são próprias. Para atrair mais investidores para o mundo do hambúrguer, a marca criou um modelo diferenciado para o estado de São Paulo.

Fachada de unidade do Bob’s. Crédito: Divulgação

Chamado Potencializa São Paulo, o plano tem como objetivo ampliar em cinco vezes, até 2027, a operação da marca no estado. Para isso, o Bob’s oferece benefícios para quem já faz parte da rede, que incluem contrato estendido por dois anos e descontos. Atualmente, há 280 franqueados do Bob’s, com média de quatro pontos de venda por investidor. Para a marca, ter multifranqueados é um diferencial, já que o conhecimento elevado deste tipo de empresário propicia uma expansão mais rápida e eficiente.

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Mas também há vantagens para atrair franqueados novos. Para eles, foi planejado um desconto regressivo do percentual de royalties durante cinco anos, de acordo com o tipo de negócio, sendo drive-thru, loja de rua ou quiosque. Os investimentos em franquias do Bob’s variam de R$ 850 mil a R$ 1,6 milhão, com lucratividade média de 11% a 16%, de acordo com o formato escolhido.

O olhar da rede para o estado paulista reflete os números promissores da região. Para se ter uma ideia, uma pesquisa da Kantar de 2023 apontou que os brasileiros consomem, em média, mais de 174 mil hambúrgueres por semana – cerca de 25 mil por dia. A cada 10 sanduíches do tipo vendidos no país, dois são na Grande São Paulo  e o consumo médio diário no estado ultrapassa os 34 mil hambúrgueres.

Investimento regional

O desejo pela carne com pão conversa com a participação regional da marca. Atualmente, 43% das lojas estão no Sudeste, 22% no Nordeste, 14% no Sul, 12% no Norte e 9% no Centro-oeste. Para Antônio Detsi, diretor geral do Bob’s, a ideia é encontrar parceiros que conheçam com profundidade as suas regiões. “O mercado paulista ainda cobra a nossa presença em diversas regiões no estado. Queremos crescer respeitando a cultura local”, diz.

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Antônio Detsi, diretor geral do Bob’s: ideia é encontrar parceiros que conheçam com profundidade suas regiões. Crédito: Divulgação

Segundo o executivo, além das vantagens financeiras, os franqueados da marca têm a possibilidade de estar em cidades com populações a partir de 80 mil habitantes, ao contrário de concorrentes como Mc Donald’s (MCD) e Burguer King (ZAMP3), que focam em municípios maiores. “Somos os primeiros no ramo de fast food a chegar a esses locais. O objetivo é estar presente em pontos com alto fluxo de pessoas, como postos de combustíveis, aeroportos, hipermercados, grandes avenidas e rodovias”, diz Detsi.

Todo o empenho para atrair novos franqueados reflete os desafios da marca nos últimos anos. Em 2016, o Bob’s chegou a ter 1.056 estabelecimentos, número que caiu para 977 em 2021, antes de crescer e chegar a 1.002 restaurantes no final de 2023 e as atuais 1.045 lojas, segundo dados da Associação Brasileira de Franchising (ABF). A empresa está posicionada como a quarta maior rede de fast-food no Brasil.

Novos negócios

Para ampliar os negócios, que retomaram ritmo de crescimento desde 2021, quando a marca faturou R$ 1,1 milhão, o Bob’s também aposta na venda de molhos no varejo. São três produtos, incluindo o recém-lançado Molho Bob’s Grill sabor churrasco. “Vamos seguir ampliando este portfólio”, afirma o diretor.

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Em busca de ir além do milk shake, ícone do Bob’s que já rendeu disputas pela marca Ovomaltine, hoje sob custódia do rival Mc Donald’s, a marca lançou sobremesas para comer de colher, os ‘Colherudos do Bob’s’, além de uma nova linha com três sanduíches com bacon. No portfólio de 2024 também passaram edições limitadas, como o Bob’s Sanduba de Mortadela, em comemoração ao aniversário de São Paulo, e um “Caipishake”, feito com mix de sorvete e cachaça, para o Carnaval.

“O milk shake é um case de sucesso, está na lembrança de gerações que reconhecem o sabor do Bob’s, mas continuamos inovando e estamos sempre atentos às tendências e desejos dos consumidores. Tanto é que fomos a primeira rede de fast food a vender lanche com proteína de origem 100% vegetal, para o público vegetariano e flexitariano”, diz Detsi.

Outra estratégia para atrair clientes é a associação com influenciadores, como Enaldinho, com mais de 55 milhões de seguidores nas redes sociais, que foi tema das lembranças nos lanches infantis. A participação em eventos de grande porte, como o Rock in Rio, que acontecerá em setembro, também está na lista de ações. “Faz parte da nossa estratégia de branding para tornar a marca ainda mais forte e presente no mercado e nas lembranças das pessoas”, afirma Detsi.

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Autoatendimento como tendência

Todas as iniciativas do Bob’s para alavancar a operação culminam com a aposta na maior autonomia do cliente. Em 2014, a rede foi o primeiro fast food do Brasil a aderir ao autoatendimento em suas lojas. Segundo o diretor, em média, os totens geram um aumento de 20% de vendas (ticket médio) da rede. “Isso acontece por conta da rapidez do autoatendimento, mas também está muito alinhada ao incentivo da experiência personalizada, deixando o cliente explorar mais opções do cardápio, incluindo itens adicionais, contribuindo para esse aumento nas vendas”, diz.

A mudança de perfil dos consumidores, o aumento do consumo de jovens e a digitalização caminham para um futuro com totens mais fluidos. “Há pesquisas que mostram o futuro dos ‘“’cliques na tela’”’ e dizem que eles poderão ser substituídos por voz. Enxergamos um crescimento e a nossa missão é oferecer possibilidades para agradar aos clientes”, afirma o diretor.

Michele Loureiro

Jornalista colaboradora do InfoMoney