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O pagamento da Light que mexeu com o mercado

Itaú reconheceu, em nota, que os créditos foram feitos indevidamente pelo banco

Lucinda Pinto Ivo Ribeiro Felipe Mendes

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A Light pagou por engano nesta quinta-feira (15) o cupom de uma debênture, o que teria acarretado em um desembolso de mais de R$ 30 milhões. Além da baixa no caixa, a medida é irregular, uma vez que a empresa está em recuperação judicial.

Segundo fontes ouvidas pelo IM Business, a companhia chegou a tentar, sem sucesso, cancelar a operação junto à Cetip, mas os recursos já teriam sido inclusive resgatados por alguns debenturistas.

Assim que percebeu o ocorrido, a Light entrou em contato com o Itaú, que avalizou a operação, para pedir o ressarcimento da quantia sacada. Segundo uma fonte com trânsito na empresa, os credores “não terão prejuízo” já que o montante desembolsado será totalmente devolvido até o fim desta quinta-feira.

Já o Itaú reconheceu, em nota enviada ao IM Business, que os créditos foram feitos indevidamente. “O Itaú Unibanco informa que está realizando a regularização dos créditos feitos indevidamente na conta dos debenturistas da empresa Light, de modo que não haja qualquer prejuízo para a companhia ou seus investidores”, afirma o comunicado.

A debênture em questão é a LightB0, papel incentivado, cuja emissão foi de R$ 600 milhões, com vencimento em 2025. O cupom pago equivocadamente era de 5,0867% ao ano.

Esse pagamento fora de hora gerou forte movimentação dentro da companhia, pegando pessoas da administração de surpresa, mas também no mercado. “Um erro que mostra como está a gestão da empresa”, diz o gestor de um fundo detentor do papel.

Lucinda Pinto

Editora-assistente do Broadcast, da Agência Estado por 11 anos. Em 2010, foi para o Valor Econômico, onde ocupou as funções de editora assistente de Finanças, editora do Valor PRO e repórter especial.