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O dia era 21 de outubro de 2021, uma quinta-feira. Telmo Costa, CEO e fundador da Meta IT, empresa gaúcha de tecnologia, estava no meio de uma reunião de negócios quando começou a receber uma série de mensagens pelo celular. As pessoas compartilhavam com ele a notícia de que a controladora da rede social Facebook passaria a se chamar… Meta. Anúncio feito pelo próprio Mark Zuckerberg.
A coincidência não foi nem um pouco bem vinda. Naquela época, a Meta brasileira estava, justamente, tentando comprar o direito ao nome nos Estados Unidos e as negociações estavam adiantadas. “A gente ouviu falar que o Facebook estava olhando nomes mas em hipótese alguma achávamos que seria a nossa marca”, conta o executivo em entrevista ao podcast Do Zero Ao Topo, do InfoMoney.
A Meta de Telmo Costa responde hoje a 258 processos judiciais em função do “xará”. “Todos são por causa deles, nenhum processo é nosso”, explica o executivo. “Isso tem um custo de credibilidade, porque primeiro é preciso provar que não se trata da nossa empresa. Nossa advocacia interna cresceu e o marketing, constantemente, precisa ajudar nessa questão. Chegou um momento que não dava mais”.
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“Qualquer situação que ocorre com alguma das empresas deles, nós somos acionados, e em todas as instâncias. Já teve STF, Tribunal de Justiça, órgão do consumidor”, diz Telmo. “Nossa CMO quase foi agredida na Espanha por uma pessoa que tinha problemas com o Facebook, só porque ela estava usando uma mochila com a marca Meta”.
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Como dona do registro da marca no Brasil há mais de três décadas, a Meta acionou a justiça pedindo que a empresa de Zuckerberg fosse impedida de utilizar o nome no Brasil. No início de fevereiro, o judiciário paulista atendeu à demanda dando um prazo de 30 dias para que a dona do Facebook parasse de utilizar a marca. Mas a companhia do Vale do Silício conseguiu uma suspensão da ordem judicial.
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“Isso vai se resolver”, afirma Telmo, otimista. Questionado se a empresa pensou em algum momento mudar de nome por conta do episódio, o executivo é categórico. “O nome é nosso. E além de ser registrado, é mais do que um nome, é uma maneira de ser, de trabalhar”.
Jogou tudo para o alto
Ainda jovem, Telmo se encantou pelo mundo da computação após ler uma revista sobre o tema. Foi o suficiente para que ele abandonasse a engenharia elétrica no terceiro ano do curso, pedisse demissão do estágio e mergulhasse de cabeça no novo universo. O executivo começou fazendo cursos de programação no Senac e depois fez um novo vestibular, para análise de sistemas.
O executivo tinha 24 anos quando abriu a Meta, com dois sócios. “O nome veio como um desafio para nós mesmos de seguir se reinventando continuamente”, conta. Os dois primeiros clientes vieram de uma consultoria onde Telmo trabalhou e que ficou mal das pernas durante o Plano Collor – era início da década de 90.
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“Na época da reserva de mercado, quem tinha computadores eram basicamente as grandes empresas. Ou era multinacional, empresas do governo, ou as grandes empresas nacionais”, explica o CEO da Meta. A empresa aproveitou o gargalo para prestar suas primeiras consultorias de informatização e desenvolvimento de sistemas, focando em médias e grandes empresas.
Telmo e os sócios ainda operavam a Meta da garagem de casa com um computador emprestado quando conquistaram seu primeiro grande cliente, a italiana Pirelli. Foi a virada de chave para construir reputação e atrair outros grandes nomes para o portfólio. Hoje a companhia tem atividades em 350 cidades pelo mundo e conta com mais de 3 mil funcionários.
Jornada de transformação digital
Durante a pandemia da Covid-19, a Meta contratou aproximadamente 100 pessoas, prestando serviços para empresas, até então acostumadas com o presencial, a operar de forma remota. “Isso levou a uma explosão de crescimento”, afirma o CEO. Antes disso, a Meta já vinha crescendo com a demanda de transformação digital de grandes clientes. Em 2021, a empresa cresceu 73%.
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A Meta também passou por sua própria transformação digital nos últimos seis anos. A companhia tem um braço de venture capital que investe, atualmente, nove startups. “A gente embarcou essas plataformas dentro do nosso negócio e a transformação que vínhamos fazendo nos clientes, começamos a fazer dentro”.
A empresa, de capital fechado, não revela seu faturamento, mas o InfoMoney apurou que a receita anual oscila próximo a R$ 1 bilhão. Na carteira de clientes da Meta, há companhias como Lojas Renner, Globo e Itaú.
Sobre o Do Zero ao Topo
O podcast Do Zero ao Topo entra no seu quinto ano de vida e traz, a cada sexta-feira, a história de mulheres e homens de destaque no mercado brasileiro para contar a sua história, compartilhando os maiores desafios enfrentados ao longo do caminho e as principais estratégias usadas na construção do negócio.
O programa já recebeu nomes como o Fernando Simões, do Grupo Simpar; Stelleo Tolda, um dos fundadores do Mercado Livre; o empresário Abílio Diniz; Rodrigo Galindo, chairman da Cogna; Paulo Nassar, fundador e CEO da Cobasi; Mariane Morelli, cofundadora do Grupo Supley; Luiz Dumoncel, CEO e fundador da 3tentos; José Galló, executivo responsável pela ascensão da Renner; Guilherme Benchimol, fundador da XP Investimentos; e contou dezenas de histórias de sucesso. Confira a lista completa de episódios do podcast neste link.
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