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O GPA – ou o mercado? – não tem pressa para o follow-on

Condições de mercado e tamanho da companhia tornam oferta de ações mais desafiadora

Lucinda Pinto

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Baixada a poeira do forte ajuste de posições vendidas em GPA, atribuída à informação de que a empresa “não tem pressa” para fazer o já anunciado follow-on, também é possível afirmar que o lado comprador não se empolgou tanto pela oferta, divulgada há mais de um mês. Segundo apurou o IM Business, as condições de mercado ainda frágeis e instáveis mostram que o ambiente não está favorável para novas ofertas – em especial para empresas que têm histórias desafiadoras, como é o caso da dona do Pão de Açúcar.

“Eles vão esperar, mas é porque não tem clima de fato para uma oferta”, define o gestor de um fundo de investimentos, que prefere não ser identificado. Esse profissional se refere ao comportamento da Bolsa, medido pela queda do Ibovespa, de cerca de 3,60% neste ano. O papel do GPA avança mais de 16% no período, é verdade, mas ainda sob efeito do chamado ‘short squeeze’, que é a reversão do aluguel de ações por parte de investidores que montaram posições vendidas no papel. Em 2023, a ação da varejista de alimentos acumulou uma perda de 40,66%.

Em seus dois aplicativos, o Grupo Pão de Açucar já acumula 82% de penetração entre os clientes de suas lojas. Foto: Divulgação
Sede do GPA em São Paulo (Divulgação)

Em um momento como esse, explica o gestor, só recorreria ao mercado uma empresa com necessidade urgente de caixa, a ponto de aceitar um desconto significativo no valor do papel. “Se a empresa tem fôlego para não fazer a oferta, ou seja, não precisa do dinheiro imediatamente, ela pode adiar”, diz. “Neste caso o mercado cobre o short, o papel sobe e depois a empresa pode fazer a mesma oferta com uma menor diluição, o que parece ser o caso do GPA.”

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O GPA enfrenta ainda questões internas, como a troca do controle do Casino, detentor de 40,9% da companhia. Mas o desafio da oferta  passa também pelo fato da empresa ter encolhido drasticamente nos últimos anos.

Hoje, o GPA tem valor de mercado de R$ 1,35 bilhão, R$ 3,6 bilhões a menos do que tinha há um ano, segundo dados da Economatica — encolhimento que reflete, entre outros fatores, a cisão do grupo colombiano Êxito. Por dia, essas ações giram entre R$ 30 milhões e R$ 50 milhões. Com o porte e liquidez reduzidos, o papel acaba ficando de fora do radar de alguns dos grandes fundos, o que torna a distribuição do papel mais desafiadora.

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Lucinda Pinto

Editora-assistente do Broadcast, da Agência Estado por 11 anos. Em 2010, foi para o Valor Econômico, onde ocupou as funções de editora assistente de Finanças, editora do Valor PRO e repórter especial.