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Do mito de Narciso ao excesso de filtros em publicações nas redes sociais, a busca das pessoas por uma aparência que seja satisfatória aos próprios olhos está intrínseco na sociedade das mais diferentes épocas. No Brasil, é possível dizer que essa obsessão é ainda maior — afinal, trata-se do terceiro maior mercado para procedimentos estéticos no mundo, atrás apenas dos Estados Unidos e da China, segundo pesquisa feita pela Sociedade Internacional de Cirurgia Plástica Estética (ISAPS, em inglês) no ano passado.
“Nós enxergamos uma grande oportunidade, tanto no Brasil como em toda a América Latina”, explica Can Gumus, novo presidente da Merz Aesthetics na região, ao IM Business. A farmacêutica de origem alemã é uma das principais produtoras de toxina botulínica – o popular botox – no mundo. “O Brasil é o maior mercado da América Latina e o terceiro do mundo dentro da Merz. Entendemos que há muitas oportunidades aqui”, acrescenta. O mercado brasileiro de beleza movimenta por ano cerca de R$ 45 bilhões, de acordo com estimativas da Associação Brasileira da Indústria Brasileira de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos (Abihpec).
Uma pesquisa recente feita pela empresa mostrou que 71% dos entrevistados brasileiros se interessam por procedimentos estéticos, número acima do observado em toda a América Latina, de 55%. Além do botox Xeomin, a empresa comercializa no Brasil o bioestimulador de colágeno Radiesse, o ácido hialurônico Belotero e o Ulthera, um ultrassom microfocado.
Puxada pelo Brasil, a operação Latam da farmacêutica vem aumentando consistentemente sua participação no faturamento global da Merz Aesthetics, que atua em 52 países. Em três anos, o share da operação da América Latina saiu de 6% para 16%. Além do Brasil, a Merz possui escritórios na Argentina, Colômbia e México e parceiros de distribuição nos outros nações da região.
“Essa é uma das regiões que mais cresce na empresa, e é onde temos muita inovação”, reforça Gumus, executivo turco que substituiu neste mês Gonzalo Mibelli, venezuelano que presidiu a operação desde 2020 e que passará a comandar a companhia nos mercados da Europa, Oriente Médio e África da farmacêutica.
Sob nova gestão, Can Gumus diz que manterá a estratégia do sucessor, mas que dará ainda mais voz ativa aos clientes na busca de soluções para melhorar a autoestima por meio de procedimentos estéticos. A expectativa para o exercício em curso, de julho deste ano até junho de 2024, é de crescimento de 30% no faturamento e de 10% no volume de vendas.
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“Considerando que cada país vê e entende a beleza de uma maneira distinta, temos que adaptar nossa abordagem ao engajar cada um deles, para respeitar suas diferenças”, explica o executivo, que vê um preconceito cada vez menor com uso de botox e ácido hialurônico, muito comum no preenchimento labial. “ Não queremos que todos pareçam iguais, mas que se sintam melhores e confiantes com sua própria versão de beleza.”
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