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Nuvemshop, startup unicórnio de e-commerce, vai financiar os próprios lojistas

Inicialmente, empresa vai disponibilizar R$ 42 milhões para vendedores com dificuldades em levantar capital de giro

Mitchel Diniz

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Após ganhar robustez com aportes que somam US$ 650 milhões desde sua criação, há 13 anos, a Nuvemshop vem deixando de ser apenas uma plataforma de criação de lojas on-line. A startup de origem argentina, mas que se define como uma empresa brasileira, já é avaliada em mais de US$ 1 bilhão. Para fazer jus ao status de unicórnio, apostou na diversificação do negócio, após o boom do e-commerce durante a pandemia da Covid-19. Criou um serviço próprio de logística e agora também vai conceder empréstimos aos lojistas que já estão na plataforma. 

Inicialmente, a empresa vai disponibilizar R$ 42 milhões em crédito. Os empréstimos vão de R$ 1 mil a R$ 200 mil, com taxas de juros a partir de 2,59% ao mês. “Para os grandes bancos, as empresas da nossa plataforma são consideradas clientes pequenos. O acesso a capital de giro é muito dolorido”, explicou Renato Burin, diretor de fintech da Nuvemshop, ao IM Business. Um estudo feito pela startup mostrou que a falta de recursos para reinvestir no negócio é o maior desafio de 44% das empresas que utilizam a plataforma.  

Por enquanto, a Nuvemshop vai trabalhar na modalidade de crédito pré-aprovado. Somente clientes que já utilizam a plataforma e atingiram “um certo volume transacional mínimo” vão receber uma oferta de empréstimo. Também é obrigatório utilizar a ferramenta Nuvem Pago, meio de pagamento da própria empresa e que já é utilizado por 85% da base de lojistas da Nuvemshop. 

O financiamento passou por uma fase de testes na qual foram concedidos R$ 5 milhões em créditos. “A destinação dos recursos foi bem variada. Vimos lojistas investindo em uma compra grande com o fornecedor, para aproveitar um desconto, ou reforçando o estoque para atravessar um pico de vendas, sem enfrentar falta de produto”, diz Burin. “Também vimos lojistas ampliando capacidade de produção ou de armazenamento”.

Mais de 120 mil empresas utilizam a plataforma da Nuvemshop. A maioria delas está no Brasil – são de pequeno e médio porte. Em 2023, essas varejistas faturaram R$ 3,3 bilhões, 22% mais do que em 2022. No primeiro trimestre deste ano, a receita já chegou a R$ 945 milhões, com crescimento de 34% na comparação anual. 

A princípio, a Nuvemshop vai oferecer crédito somente aos lojistas brasileiros, mas não descarta levar a modalidade de financiamento para os outros países onde atua. Hoje, a startup tem operações na Argentina, Colômbia, Chile e México. A oferta de novas linhas de empréstimos aos clientes também está no radar. 

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“Vamos ofertar os R$ 42 milhões e monitorar como os recursos vão ser adotados pelo cliente. Ajustaremos a oferta conforme a evolução do produto”, afirma o diretor da Nuvemshop. O certo é que a empresa não tem intenção de expandir o financiamento para fora de sua base de clientes. 

“A companhia está muito bem capitalizada e isso nos permite continuar investindo em produto, tecnologia e na frente de crédito também. É muito mais sobre entender o apetite dos nossos clientes e aprimorando o modelo”, diz Alejandro Vázquez, cofundador e presidente da Nuvemshop.

Alejandro Vázquez, presidente da Nuvemshop, e Renato Burin, diretor de fintech (Imagem: Divulgação)

Mitchel Diniz

Repórter de Mercados