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Após se consolidar como a segunda marca de sucos mais vendida no Brasil, a Natural One, com sede em Jarinu (SP), ampliou o leque para se tornar uma empresa de bebidas vegetais. O primeiro passo foi o lançamento de uma linha de leite de aveia, e a expectativa é que a diversificação atraia novos consumidores para uma categoria em expansão e também colabore para o aumento das exportações da companhia, que já chegam a mercados como China e México.
Fundada há pouco mais de dez anos pelo empresário Ricardo Ermírio de Moraes, que antes havia sido CEO da também paulista Citrosuco, uma das maiores produtoras e exportadoras de suco de laranja do mundo, a Natural One viu seu ritmo de crescimento ganhar tração em 2016, quando vendeu uma participação de 49,9% para a gestora Gávea. Em 2022, faturou pouco mais de R$ 600 milhões, e projeta chegar a R$ 800 milhões este ano e superar R$ 1 bilhão em 2024.
Para o lançamento de seu novo “leite vegetal”, a companhia investiu até agora R$ 3 milhões em pesquisa, desenvolvimento e marketing, e deverá aportar mais R$ 3 milhões nos próximos 12 meses em distribuição e na promoção de sua marca. A comercialização em redes varejistas começou por São Paulo e Rio de Janeiro, mas no curto prazo a distribuição será nacionalizada e os produtos também serão exportados.
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“No mercado externo, essa diversificação de portfólio é importante, pode inclusive ajudar a fortalecer as vendas de sucos”, afirmou Rafael Ivanisk, CEO da Natural One, ao IM Business. No total, a expectativa é que a produção da nova linha, que conta por enquanto com quatro sabores, alcance 1 milhão de litros até meados do ano que vem. A aveia foi escolhida como matéria-prima por ter boa oferta no mercado doméstico, e a bebida está sendo produzida na mesma fábrica que processa os sucos, que conta com duas linhas de produção.
Ivanisk, que antes de assumir o comando executivo da Natural One, há quatro anos, foi executivo da Ambev por 19 anos e trabalhou na BRF por dois anos e meio, vê grande potencial para a expansão das vendas do leite vegetal. Ele diz que, no país, os produtos da categoria representam apenas 0,3% das vendas de leite de vaca, bem abaixo das participações observadas em países como Canadá (19%), China (19%), Estados Unidos (12,2%) e México (6,8%). “Se o percentual , chegar a 12,2% no Brasil em dez anos, serão necessários 800 milhões de litros para atender à demanda”, afirmou.
Com as vendas de sucos também em alta, a empresa ampliou recentemente a capacidade de produção da fábrica de Jarinu para 220 mil toneladas por ano, de forma a abrir espaço para futuros incrementos das vendas. Em 2022, a produção de sucos chegou a 105 mil toneladas. O suco de laranja representou 60% do volume, e graças ao carro-chefe se firmou na liderança do mercado de sucos integrais (100% fruta) e ao segundo lugar em sucos em geral (incluindo néctares, por exemplo), atrás da Del Valle, da Coca-Cola.
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O avanço das vendas é puxado pelo mercado interno, que era o foco inicial da companhia, mas as exportações, que começaram a crescer em 2020, já responderam por 10% do faturamento no ano passado e, segundo Ivanisk, deverão superar as vendas no Brasil em até cinco anos. Nos países em que está presente, a estratégia da Natural One é se aliar a parceiros locais para chegar às gôndolas.
Assim é na China e no México e no momento está sendo no Canadá, e a mesma estratégia será usada para entrar no mercado dos EUA, o maior do mundo. E sempre com a marca Natural One, diferentemente do que acontece com as gigantes Citrosuco, Cutrale – que tem sede em Araraquara (SP) – e a francesa Luis Dreyfus Company, que exportam suco de laranja para distribuidoras, que o comercializam com suas marcas. “Com nossa marca, conseguimos uma margem de lucro 50% maior”, afirmou Ivanisk.
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