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Nasce a Tello, empresa de fertilizantes da Amaggi, Coopercitrus e outros três sócios

Com aporte de R$ 120 milhões, primeira fábrica começou a ser construída em SP e a segunda será erguida em Mato Grosso

Alexandre Inacio

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A empresa de fertilizantes organominerais resultante da sociedade entre Amaggi, Coopercitrus, Tecnobeef, Souza e Lucas Participações e Viola Participações já tem nome. Ela se chama Tello, uma homenagem à deusa romana da terra Tellus, e inaugura uma nova categoria na indústria de insumos, a de fertilizantes biointeligentes.

A parceria entre os cinco grupos foi anunciada ao mercado em janeiro deste ano. À época, pouco se sabia. Além dos sócios, foi informada a construção de uma fábrica, com capacidade para 200 mil toneladas por ano de fertilizantes organominerais, mais sustentáveis que os tradicionais adubos químicos.

Três meses após o anúncio, a Tello começa a ganhar cara e corpo. O terreno da primeira unidade já está sendo preparado em Altair (SP). Serão investidos R$ 120 milhões para construir a unidade que terá capacidade inicial para 200 mil toneladas por ano, mas com estrutura para dobrar a produção de acordo com a demanda.

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A expectativa dos sócios é que a unidade entre em operação em 18 meses e tenha capacidade para atender a demanda dos clientes a partir do segundo semestre de 2025. Em seu primeiro ano de operação, a fábrica deve gerar uma receita de R$ 500 milhões já em 2026.

Com a produção encaminhada, os sócios buscaram agora um CEO para conduzir a Tello e formar a equipe executiva da empresa. O conselho de administração será composto por um representante de cada sócio e terá a presidência rotativa, com ciclos de 12 meses.

O primeiro presidente escolhido foi Carlos Pellicer, sócio na Viola Participações. Em entrevista ao IM Business, ele disse que o foco da empresa está no solo e em como viabilizar a longevidade da produção agrícola.

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“Em 88% dos nossos ensaios registramos um aumento da produtividade do solo nas áreas que utilizaram nossos produtos. Em termos práticos, nas áreas de soja houve um acréscimo de 3 a 5 sacas por hectare e, nas culturas perenes, houve um crescimento de 7% a 10% no rendimento”, disse Pellicer.

Segundo o executivo, a principal diferença entre o seu fertilizante biointeligente e os concorrentes está na tecnologia de formulação e de produção. A empresa colocará o produto no mercado em forma de farelo e granular, sendo que 50% do composto será de matéria orgânica e 50% pelo tradicional NPK, com adição de macro e micronutrientes.

Por enquanto, a Tello está usando as sinergias entre seus sócios para operar. A empresa já está com seus produtos sendo comercializados desde abril e fabricados em uma unidade terceirizada. Contudo, cada um deles dará uma contribuição estratégica para a nova empresa.

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A Amaggi e a Coopercitrus serão os braços de acesso ao mercado e aos clientes. A Tecnobeef e Souza e Lucas Participações irão suprir a Tello com as matérias-primas orgânicas estratégicas, enquanto a Viola ajudará na inovação e desenvolvimento de produtos.

Os planos ousados da Tello, que já incluem uma segunda fábrica em Mato Grosso, vão encontrar concorrentes de peso. No mês passado, a americana Mosaic lançou no Brasil sua divisão Biosciences, cujo foco inicial se concentra na área de bionutrição (inoculantes, bioestimulantes e biofertilizantes), com a meta de faturar US$ 100 milhões em 2030.

Em fevereiro, a israelense ICL pagou US$ 30 milhões pela paranaense Nitro 1000. A empresa é especializada na fabricação de inoculantes, produtos com micro-organismos que favorecem o crescimento das plantas, e tem capacidade para fabricar 4,5 milhões de litros por ano.

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A Ambipar já investiu R$ 40 milhões nos últimos dez anos para construir seu parque de fábricas. A empresa usa os resíduos da indústria de celulose para produzir fertilizantes orgânicos. Em 2023, a produção cresceu 25%, para 500 mil toneladas.

Em dezembro do ano passado, a gigante Yara anunciou um investimento de R$ 90 milhões em sua unidade de fertilizantes foliares instalada em Sumaré (SP), que tem foco na agricultura regenerativa. “Sustentabilidade não é mais suficiente. Queremos começar a devolver para a natureza o que extraímos dela ao longo do tempo”, disse à época Marcelo Altieri, CEO da Yara Brasil.

Em novembro, a brasileira Agrion inaugurou sua primeira fábrica de fertilizantes organominerais Tupaciguara (MG). Com investimento de R$ 30 milhões, a unidade opera em parceria com a Usina Aroeira, de quem recebe insumos orgânicos, residuais do processo industrial (torta de filtro, vinhaça e energia).

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